09 maio, 2008
9 de Maio
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Pássaros bebés também 'palram'
FILOMENA NAVES
Os pássaros canoros (que cantam) não nascem ensinados. Tal como os bebés humanos que começam por "palrar", vocalizando uma enorme gama de sons antes de começarem a falar, também os pássaros juvenis começam por ensaiar os sons que se tornarão mais tarde os gorjeios próprios da sua espécie.
Ao estudar esta aprendizagem em mandarins, pássaros de pequena dimensão, de nome científico Taeniopygia guttata, uma equipa de investigadores do MIT, nos Estados Unidos, conseguiu identificar um complexo funcionamento dos circuitos cerebrais que determinam este comportamento exploratório (de treino), colocando ao mesmo tempo em evidência a sua importância na aquisição das competências da idade adulta.
Pesquisas anteriores tinham sugerido que os mandarins possuem dois circuitos cerebrais distintos relacionados com os seus cantos. Um deles ligado à aprendizagem e treino dos "vocalizos" e o outro para comandar a emissão do gorjeio no pássaro adulto. Nesta espécie, só os machos cantam e, embora cada indivíduo tenha a sua canção específica, ela é passada de pais a filhos, durante o processo de aprendizagem investigado pelos cientistas do MIT.
Outros estudos tinham mostrado que se o circuito cerebral que comanda a aprendizagem do canto nos pássaros juvenis for danificado, o animal já não progride nessa aprendizagem e não chega a adquirir o domínio da sua canção. No entanto, se o circuito cerebral que comanda essa aprendizagem for danificado numa ave adulta que já aprendeu a sua canção, essa competência mantém-se intacta.
Mas o que acontece nos juvenis se a zona ligada à emissão do canto nos adultos for desligada por drogas ou por cirurgia? Ao fazer esta pergunta, a equipa do MIT liderada por Dmitri Aronov levantou uma questão nova. E descobriu um interruptor que permite comutar os dois circuitos, com resultados surpreendentes. Neste caso os treinos canoros dos juvenis não são afectados.
Bloqueando, porém, uma pequena parte do circuito responsável pela produção do canto num pássaro adulto, ele volta a usar o outro circuito cerebral que lhe permite voltar a fazer os sons juvenis, o que significa que os dois mecanismos cerebrais não são estanques.
DN, 2-5-2008
FILOMENA NAVES
Os pássaros canoros (que cantam) não nascem ensinados. Tal como os bebés humanos que começam por "palrar", vocalizando uma enorme gama de sons antes de começarem a falar, também os pássaros juvenis começam por ensaiar os sons que se tornarão mais tarde os gorjeios próprios da sua espécie.
Ao estudar esta aprendizagem em mandarins, pássaros de pequena dimensão, de nome científico Taeniopygia guttata, uma equipa de investigadores do MIT, nos Estados Unidos, conseguiu identificar um complexo funcionamento dos circuitos cerebrais que determinam este comportamento exploratório (de treino), colocando ao mesmo tempo em evidência a sua importância na aquisição das competências da idade adulta.
Pesquisas anteriores tinham sugerido que os mandarins possuem dois circuitos cerebrais distintos relacionados com os seus cantos. Um deles ligado à aprendizagem e treino dos "vocalizos" e o outro para comandar a emissão do gorjeio no pássaro adulto. Nesta espécie, só os machos cantam e, embora cada indivíduo tenha a sua canção específica, ela é passada de pais a filhos, durante o processo de aprendizagem investigado pelos cientistas do MIT.
Outros estudos tinham mostrado que se o circuito cerebral que comanda a aprendizagem do canto nos pássaros juvenis for danificado, o animal já não progride nessa aprendizagem e não chega a adquirir o domínio da sua canção. No entanto, se o circuito cerebral que comanda essa aprendizagem for danificado numa ave adulta que já aprendeu a sua canção, essa competência mantém-se intacta.
Mas o que acontece nos juvenis se a zona ligada à emissão do canto nos adultos for desligada por drogas ou por cirurgia? Ao fazer esta pergunta, a equipa do MIT liderada por Dmitri Aronov levantou uma questão nova. E descobriu um interruptor que permite comutar os dois circuitos, com resultados surpreendentes. Neste caso os treinos canoros dos juvenis não são afectados.
Bloqueando, porém, uma pequena parte do circuito responsável pela produção do canto num pássaro adulto, ele volta a usar o outro circuito cerebral que lhe permite voltar a fazer os sons juvenis, o que significa que os dois mecanismos cerebrais não são estanques.
DN, 2-5-2008
Uma em cada oito aves corre risco de extinção
SUSANA SALVADOR
Brasil é o país com mais aves em perigo de extinção
As alterações climáticas, conjugadas com a destruição do habitat, representam as maiores ameaças para as aves no mundo, sendo que uma em cada oito espécies está agora em risco de extinção, segundo a lista vermelha da União Mundial para a Natureza (IUCN, na sigla inglesa), revista a cada quatro anos. Brasil, com 141, e Indonésia, com 133, são os países com mais aves em perigo.
Oito novas aves encontram-se na categoria de "seriamente ameaçadas", a mais elevada categoria de risco. É o caso, por exemplo, da Nesomimus trifasciatus, uma espécie de ave canora que existe apenas em duas pequenas ilhas nas Galápagos: dos 150 indivíduos que existiam em 1966, restam agora menos de 60, que podem desaparecer em caso de uma mudança súbita das condições climáticas.
"Há cada vez mais espécies que estão a ficar claramente ameaçadas por grandes tempestades ou secas prolongadas", disse à BBC Stuart Butchard, da BirdLife, uma organização não governamental dedicada à conservação. Das 26 aves que mudaram de categoria, só duas registaram uma melhoria, graças a planos de acção locais: o pombo das ilhas Marquesa (Ducula galeata) e o kiwi de Owen (Apteryx owenii).
Para que os casos de sucesso se possam multiplicar, a BirdLife lançou um ambicioso programa para tentar salvar algumas destas aves. Este centra-se em 190 espécies "seriamente ameaçadas", procurando as "espécies campeãs" que vão ajudar a financiar os trabalhos dos "guardiões das espécies", as pessoas ou organizações mais bem colocadas para fazer o trabalho de conservação.
DN, 22-5-2008
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SUSANA SALVADOR
Brasil é o país com mais aves em perigo de extinção
As alterações climáticas, conjugadas com a destruição do habitat, representam as maiores ameaças para as aves no mundo, sendo que uma em cada oito espécies está agora em risco de extinção, segundo a lista vermelha da União Mundial para a Natureza (IUCN, na sigla inglesa), revista a cada quatro anos. Brasil, com 141, e Indonésia, com 133, são os países com mais aves em perigo.
Oito novas aves encontram-se na categoria de "seriamente ameaçadas", a mais elevada categoria de risco. É o caso, por exemplo, da Nesomimus trifasciatus, uma espécie de ave canora que existe apenas em duas pequenas ilhas nas Galápagos: dos 150 indivíduos que existiam em 1966, restam agora menos de 60, que podem desaparecer em caso de uma mudança súbita das condições climáticas.
"Há cada vez mais espécies que estão a ficar claramente ameaçadas por grandes tempestades ou secas prolongadas", disse à BBC Stuart Butchard, da BirdLife, uma organização não governamental dedicada à conservação. Das 26 aves que mudaram de categoria, só duas registaram uma melhoria, graças a planos de acção locais: o pombo das ilhas Marquesa (Ducula galeata) e o kiwi de Owen (Apteryx owenii).
Para que os casos de sucesso se possam multiplicar, a BirdLife lançou um ambicioso programa para tentar salvar algumas destas aves. Este centra-se em 190 espécies "seriamente ameaçadas", procurando as "espécies campeãs" que vão ajudar a financiar os trabalhos dos "guardiões das espécies", as pessoas ou organizações mais bem colocadas para fazer o trabalho de conservação.
DN, 22-5-2008
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