26 maio, 2008

 

Cartão


de crédito, débito ou anticrédito?




http://pt.wikipedia.org/wiki/Cart%C3%A3o_de_cr%C3%A9dito

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cart%C3%A3o_de_d%C3%A9bito

http://www.unibanco.pt/

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Ninguém sabe quantos cartões de consumo circulam em Portugal

MÁRCIO ALVES CANDOSO

Ninguém sabe ao certo - ou mesmo de forma aproximada - quantos cartões de desconto, crédito ao consumo e de pontos circulam em Portugal, após terem sido emitidos pelas empresas que recorrem a esse processo de marketing e fidelização de clientes. Na Comissão Nacional de Protecção de Dados esses números não existem e de lá garantem ao DN que não são passíveis de ser encontrados em qualquer outro lado. O que se sabe é que são "muitos milhões".

Sobre o tratamento de dados associado à emissão dessas cartões, fonte oficial da Comissão referiu que "existem pelo menos dois casos diferentes, os que têm associado um crédito e os que são meras acções de marketing". "Os primeiros têm sempre por detrás uma instituição financeira, que por vezes não fica claro para o cliente de qual é que se trata", explicam as mesmas fontes. "Neste caso o processo de adesão é mais complexo", assumem.

Mas os próprios consumidores terão de estar atentos e escolher se para cada acção de adesão são, ou não, adequadas as perguntas que lhe estão a fazer, muitas vezes do seu foro privado. Apesar de tudo, as queixas não são muitas. A fonte da Comissão disse ao DN que, no total, foram recebidas 200 em 2005 e 183 em 2006. Isto no total do que diz respeito a dados pessoais. Focalizadas em acções de marketing as queixas descem para 12 em 2005 e 13 em 2006. Amas, mais uma vez, não existem números concretos sobre queixas relacionadas com cartões.

A Comissão alerta para problemas que os consumidores podem vir a ter ao aderirem a este tipo de cartões. É que mesmos sem custo para o utilizador - e mesmo que este não o utilize - a soma dos créditos concedidos é contabilizada e enviada para o Banco de Portugal. Pode dar-se o caso de um consumidor ir ao seu banco pedir - por exemplo - 3000 euros para comprar um computador e já ter ultrapassado o plafond de crédito, pelo simples facto de que aderiu a 10 cartões, com tecto de compras de 1000 euros cada, o que perfaz 10 mil euros. Se o banco achar que o seu perfil de rendimento está esgotado para concessão de mais crédito nega-lhe o novo pedido.

As questões relacionadas com os cartões que pedem perfis de consumo é outro dos alertas da Comissão. "Muitas vezes isso irá servir para receber marketing direccionado, porque a empresa que faz o questionário fica a saber se eu gosto de determinado produto ou não", explica. Por norma a Comissão investiga todas as queixas "a não ser que sejam estapafúrdias". O organismo independente tem ao seu serviço 12 pessoas que tratam das questões jurídicas e fiscalização técnica.

O DN foi à procura de saber o que é que as empresas emitentes de cartões de desconto perguntam na proposta de adesão que o cliente tem de preencher. Depois de consultados alguns sites - muitas das companhias têm prospectos para assinatura de cartões deste tipo on line- aqui fica o exemplo padrão.

Primeiro pedem o número do bilhete de identidade, o cartão de contribuinte e o país de residência. Logo a seguir vem o nome completo, a morada, telefone, telemóvel e e-mail. Depois é a indagação do sexo, do estado civil, data de nascimento, regime de bens com o cônjuge e número de filhos. A seguir pedem as condições de alojamento, o número de anos em que vive na mesma casa, o grupo profissional, a profissão em si mesma, o cargo que ocupa na empresa, o nome da empresa, se esta é pública ou privada, se é pequena, média ou grande, qual a actividade do empregador, vários outros dados sobre a empresa, a situação laboral (a prazo ou efectivo), o ano de admissão, qual o rendimento mensal auferido por esse trabalho e se tem ou não outros rendimentos. Finalmente, o consumidor deverá introduzir na proposta os dados bancários, tais como nome do banco, balcão onde tem a conta, NIB, ano de abertura da conta, etc. E depois é só esperar pelo cartão e começar a gastar.

DN, 19-3-2008
 
Farmácias já distribuíram 18 mil cartões

RUTE ARAÚJO

O objectivo era chegar aos 440 mil cartões de desconto até ao final do ano, em 1200 farmácias. Mas, ao segundo dia de funcionamento, a iniciativa lançada pela Associação Nacional de Farmácias (ANF) já tinha conseguido angariar quase 18 mil portugueses para o seu cartão de fidelização, e duas mil farmácias associadas. Ontem, ainda sem conclusões das autoridades reguladoras, a ANF fez a apresentação formal da iniciativa, reclamando já um balanço "de sucesso". E garantiu que "está tudo dentro da legalidade".

"Vivemos num ambiente desregulado e numa selva de consumismo, que foi também transposto para a saúde. Vimos hoje que todas as lojas de medicamentos tentam imitar a imagem da farmácia. Por isso, perante esta confusão, há uma necessidade absoluta de nos continuarmos a afirmar de forma diferenciada", afirmou o vice-presidente da ANF, João Silveira. O responsável pela associação negou assim que o cartão apele ao consumismo de medicamentos, já que estes não integram o catálogo de produtos que podem ser trocados pelos pontos acumulados.

O programa será acompanhado de uma campanha publicitária com a iniciativa a ter custado até agora dez milhões de euros. Contudo, a globalidade do investimento rondará os 34 milhões de euros.

Francisco Bandeira vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos, parceira da ANF nesta iniciativa, "ainda é cedo para saber se os clientes optaram ou não por utilizar este cartão com a funcionalidade de crédito". Isto porque, "nos primeiros dias tratou-se massivamente de um cartão de fidelização". A modalidade de crédito permite diferir o pagamento por 90 dias, sem pagar juros.

Ontem, numa audição da comissão parlamentar de Saúde, o presidente do Infarmed, Vasco Maria, adiantou que o dossiê com as informações solicitadas à ANF foi entregue na sexta-feira, um dia depois de ser pedido. Por isso, está ainda a ser analisado. O mesmo acontecendo com a Autoridade da Concorrência, à qual foi entregue vasta documentação para análise. Sobre o assunto, Vasco Maria afirmou ainda que os pontos acumulados em consumo nas farmácias não podem ser trocados por medicamentos, com ou sem receita médica, e apenas por produtos de higiene ou cosmética.

Sobre as dúvidas levantadas pelos reguladores, João Silveira garantiu que a iniciativa "está a ser desenvolvida há ano e meio, num projecto envolvendo 134 pessoas e dez entidades". "Todo o projecto foi desenvolvido tendo em consideração as leis, como é nossa tradição cumprir", disse, apelidando de "infundadas" as reticências daqueles dois organismos, bem como o perigo de a protecção de dados dos utentes ficar exposta.

Recorde-se que, à luz da lei da concorrência, a ANF pode incorrer em abuso de posição dominante no mercado, já que congrega a grande maioria das farmácias existentes no País. Do ponto de vista das leis do medicamento, poderá estar em causa a livre escolha por parte do utente.

O cartão das farmácias permite não só comprar com descontos, como utilizar crédito (entre 250 e dez mil euros), bem como trocar pontos acumulados por produtos. É uma forma de fidelizar clientes para a rede Farmácias Portuguesas, que vão ter uma marca própria e uma imagem comum.

Uma iniciativa que ganha forma um mês antes de serem colocados a concurso os primeiros estabelecimentos que terão como proprietário um não farmacêutico. E que concorre com os as cerca de 600 lojas de remédios de venda livre.

DN, 19-3-2008
 
Está a chegar a 'via verde' para os cartões

PAULA CORDEIRO

Acenar o seu cartão de crédito em frente de um leitor óptico e pagar desta forma o seu café; usar o telemóvel para realizar um pagamento; ou requisitar a emissão instantânea de um cartão de crédito numa máquina tipo ATM. Estas são três situações que, num futuro não muito longínquo, estarão ao alcance dos consumidores portugueses.

A inovação tecnológica aplicada aos meios de pagamento, mais concretamente aos cartões de débito e de crédito, é um mundo em constante evolução e algumas das suas novidades vão chegar este ano aos portugueses.

A primeira delas são os cartões contactless, ou seja, sem contacto. É uma espécie de "via verde" aplicada aos meios de pagamento. O cliente compra e ao pagar só precisa de acenar o seu cartão em frente de um pequeno dispositivo de leitura óptica, ligado aos terminais de pagamento automático já existentes, para concretizar o pagamento.

As duas grandes marcas internacionais de cartões de crédito e débito com maior quota de mercado em Portugal, a Visa e a Mastercard, estão já a desenvolver projectos-piloto para o lançamento da tecnologia contactless em Portugal, em parceria com alguns bancos portugueses. Como o segredo é "a alma do negócio", resta esperar pela divulgação do produto por parte da banca.

Mas esta nova tecnologia , já em vigor em vários países, é uma janela de oportunidades. A sua aplicação é já possível a outros instrumentos, como é o caso dos telemóveis. No futuro, relógios ou outros gadgets poderão acoplá-la. Apesar de não ser possível ainda prever quando será possível a sua aplicação em Portugal, num futuro não muito longínquo, o mesmo gesto de pagar uma pequena compra com um cartão contactless será possível com o telemóvel. Basta acenar com o aparelho em frente ao mesmo leitor óptico.

"Esta tecnologia já está a ser desenvolvida por parte das marcas. Resta que os fabricantes e os operadores de telemóveis se mostrem disponíveis", refere ao DN Paulo Raposo, responsável pela Mastercard em Portugal.

O uso da tecnologia contactless destina-se ao pagamento de pequenas importâncias, normalmente até 15 euros, e está limitado a quatro ou cinco transacções diárias. O motivo é simples: sem a necessidade de introduzir um pin pode ser usado por qualquer um, em caso de perda ou roubo.

Mas será que estes cartões não correm o risco de registar uma reduzida aceitação junto dos consumidores, como aconteceu há uns anos com o Porta-Moedas Multibanco? Sérgio Botelho, director da Visa Europe para Portugal, considera que não. "Uma das grandes vantagens dos contactless é o facto de serem aceites em qualquer parte do mundo", refere ao DN.

Também Paulo Raposo acredita que não irá repetir-se o fracasso daquele cartão. O PMB surgiu em Portugal à frente do seu tempo, sem existir na altura condições, nem apetência pelo produto", afirma.

Para os comerciantes, esta nova tecnologia terá toda a conveniência, quer pela rapidez no processamento de pagamentos quer pela segurança. Quanto a preços, tanto para comerciantes como para os consumidores, tudo dependerá de cada banco e da relação comercial com o seu cliente.

No lançamento dos primeiros cartões contactless em Portugal, que deverá ocorrer no segundo semestre deste ano, os bancos irão identificar segmentos específicos para testar o produto. Mas, no mundo dos cartões de crédito , existem outras inovações tecnológicas que já são uma realidade e que, mais cedo ou mais tarde, irão chegar a Portugal.

Uma delas são as máquinas de emissão instantânea de cartões de crédito. Através da simples introdução de alguns dados bancários do cliente numa máquina tipo ATM, o cliente pode obter de imediato um cartão.

"A tecnologia já existe. Basta agora haver interesse da parte de quem emite os cartões (bancos e financeiras) e de grandes cadeia de lojas em possuir esta tecnologia", refere Sérgio Botelho.

Para Paulo Raposo, a aplicação desta inovação exige "massa crítica", bem como elevados níveis de segurança no local onde vão ser instaladas estas Instant Issuing Machines.

Outra novidade, que já é uma realidade em Portugal, mas que poderá ser potenciada nos próximos tempos são os minicards, cartões de crédito em formato reduzido, ideais para se usar no porta-chaves ou quando se dispensa a carteira.

Em matéria de cartões de crédito, a imaginação parece não ter limites. O caminho é da inovação constante, da procura de novas soluções, para abolir, de vez, num futuro que já não pertence à ficção científica, o uso do dinheiro. As grandes marcas internacionais estão nesse caminho e os bancos são os portadores, até aos clientes, dessas inovações.

DN, 21-3-2008
 
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