28 maio, 2008

 

PAM


Programa Alimentar Mundial



http://www.wfp.org/portuguese/

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A revelação foi feita pelo diário britânico Financial Times, mas o grito de desespero, esse, veio de Roma e pela mão de Josette Sheeran. A directora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), a agência das Nações Unidas, fez um ultimato aos países doadores: são necessários 324 milhões de euros "até ao dia 1 de Maio", caso contrário, será cortada a ajuda alimentar a 73 milhões de pobres no mundo. Na origem deste inédito ultimato está o aumento do preço dos produtos básicos, das matérias-primas, dos combustíveis, o que, consequentemente, faz reduzir o orçamento do PAM, logo, a sua capacidade de ajuda que, anualmente, chega a 90 milhões de pessoas - 60 milhões dos quais são crianças - em 78 países. O ultimato-pedido não deve deixar ninguém indiferente e, decerto, não deixará os responsáveis dos países doadores. Mas o problema não é de fácil solução e ameaça repetir-se a curto prazo. Porque a escolha começa a ser entre alimentar os que nasceram "no outro lado da vida", que vivem em zonas "queimadas pelo sol e pela guerra", e utilizar os cereais (que lhe fazem falta) no fabrico de biocombustíveis que protegem o ambiente. Por outras palavras: é a escolha entre a sobrevivência dos de hoje e a vida dos de amanhã. Mas sem resolver o presente o futuro estará sempre hipotecado.

DN, 25-3-2008
 
ONU faz ultimato para salvar 90 milhões de pobres da fome

HELENA TECEDEIRO

PAM dá quatro semanas a doadores para cederem 500 milhões de dólares

O Programa Alimentar Mundial deu quatro semanas aos países doadores para cederem 500 milhões de dólares (324 milhões de euros). Um "apelo de extrema urgência" que a agência das Nações Unidas diz ser necessário para evitar o racionamento da ajuda alimentar a 73 milhões de pobres perante o aumento do preço dos produtos básicos e matérias-primas.

O diário britânico Financial Times, que teve acesso a uma carta enviada pelo PAM aos países doadores, garante que esta alerta para o facto de, se a 1 de Maio "o dinheiro não tiver chegado, a ajuda alimentar no mundo será cortada".

Todos os anos, o PAM ajuda 90 milhões de pessoas em 78 países, destas, quase 60 milhões são crianças.

"Pedimos ao governo para ser tão generoso quanto possível", escreve Josette Sheeran, directora executiva do PAM, na carta a que o Financial Times teve acesso. Neste momento, o PAM deve entre 600 e 700 milhões de dólares, depois de o preço dos alimentos ter subido 20% nas últimas três semanas. Se juntarmos o petróleo acima dos cem dólares e o aumento no peço dos transportes marítimos, a distribuição dos alimentos torna-se cada vez mais difícil de executar.

Os Estados Unidos, com mil e cem milhões em 2007, é o país que mais contribui para o PAM. A União Europeia, com 250 milhões, e o Canadá, com 160 milhões, são o segundo e terceiro doadores em termos monetários.

Se conseguir os 500 milhões que pediu, o PAM conseguirá aumentar o seu orçamento para 3,4 mil milhões de dólares, o dobro do que a agência da ONU gastou em 2000.

Segundo os analistas, o aumento do preço dos alimentos deve-se a um forte aumento da procura nos países desenvolvidos, aliado ao crescimento da população mundial, às cada vez mais frequentes catástrofes naturais (inundações, secas prolongadas) que afectam as culturas e à crescente procura dos cereais para fabrico de biodiesel. "A subida dos preços não mostra sinais de estar prestes a terminar", escreve Sheeran.

O Financial Times usa o arroz como exemplo da subida dos preços. O cereal, alimento fundamental, por exemplo, para 2500 milhões de pessoas no Sudeste asiático, atingiu o preço recorde dos últimos 34 anos. O motivo? As restrições à venda impostas por países exportadores como Vietname, Tailândia, India ou Egipto, ao que importadores como as Filipinas responderam com uma corrida aos mercados para garantir o abastecimento.

Uma situação que se pode revelar desastrosa e que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, resumiu desta forma: "Esta é a nova face da fome, que afecta cada vez mais comunidade até aqui protegidas". No Egipto, o Governo já recorreu aos militares para distribuir os alimentos, de forma a evitar distúrbios.

DN, 25-3-2008
 
Objectivos do PAM estão em risco

O aumento do preço dos bens essenciais está a afectar as operações do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, nomeadamente programas de apoio à
alimentação e escolarização de crianças em vários países africanos.
Caroline Huford, portavoz do PAM, disse à Renascença que se está a
tornar difícil cumprir os
objectivos para os próximos
anos: “Com os objectivos de desenvolvimento do milénio, nós
esperávamos que, em 2025, pudéssemos cortar para metade o número de pessoas que sofrem de
fome no mundo, mas com os preços elevados, quer da comida, quer dos
combustíveis, estamos a ver que esse objectivo pode atrasar-se”.
De acordo com a porta-voz do PAM, “muito do progresso que já tínhamos obtido pode ser perdido, se não continuarmos a fazer o que estamos a fazer neste momento, que é fornecer uma rede de alimentação e segurança no mundo e especialmente nos países que estão a ser mais atingidos pelos preços elevados”.
Com o objectivo de chamar a atenção para este problema e angariar fundos para o Programa Alimentar Mundial (PAM), realiza-se, no próximo domingo, mais uma Marcha contra a Fome.
A iniciativa vai decorrer em simultâneo em mais de 100 países do mundo, entre os quais Portugal.

RRP1, 30-5-2008
 
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