21 maio, 2008

 

Ópera


A arte da voz




http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93pera

http://www.operabase.com/index.cgi?lang=pt

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O 'TOP TEN' DOS MODERNOS DIVOS E DIVAS DA ARTE LÍRICA

BERNARDO MARIANO

Foi sempre assim, desde há 400 anos (costuma dizer-se que a ópera nasceu em 1607, com o Orfeo de Monteverdi): não há instrumento que mais apaixone, emocione e impressione que a voz humana. E desde muito cedo que o "espectáculo" da voz humana se tornou no espectáculo do "dono" dessa voz. Não, não é criação recente a noção de diva/divo caprichosa(o), a quem se aturava mais do que a qualquer outra pessoa no "negócio" operático. As estrelas, chamados prime donne ou prime uomi são uma criação logo do século XVII, que há- -de chegar a extremos no século seguinte, com os castrati e com os sopranos (e respectivas guerras...). O século XIX assiste a uma dignificação da profissão e à construção dos primeiros mitos, muito ligados ao conceito romântico do feminino.

No século XX, um primeiro star system é produzido pelo surgimento das técnicas de gravação e de um circuito intercontinental de teatros de ópera que as grandes estrelas percorrem. Um segundo star system surge no imediato pós-II Guerra, período de confluência de excepcionais cantores, quer no repertório italiano/francês, quer no alemão (Mozart/Strauss por um lado e wagneriano, por outro).

Após um certo refluxo, assiste-se hoje a uma nova golden age do canto lírico, embora menos pronunciada no canto wagneriano, do qual se costuma dizer, em tom algo fatalista, que não mais recuperou o brilho das décadas de 50 e 60. Em compensação, assistimos ao surgimento de óptimos cantores na linha dos princípios fidedignos de interpretação, em concomitância com a recuperação de tantas e tantas óperas do período barroco (e clássico), dentro da mesma vaga historicista.

É assim que surgem os contratenores (falsetistas), que "invadem" os papéis historicamente associados aos castrati; e tenores e vozes femininas várias (sopranos e, sobretudo, os mais versáteis meio-sopranos; alguns contraltos) com uma formação muito minuciosa nos repertórios seiscentista e setecentista, alcançando mesmo o Belcanto italiano de inícios de Oitocentos.

E porque é que os sopranos e tenores são sempre os mais populares? Simplesmente, porque lhes pertencem os papéis, respectivamente, de heroínas e heróis no grosso das óperas de repertório. Por isso, eles dominam também a nossa lista. Por baixo destas linhas estão as duas excepções: um baixo-barítono de invulgar popularidade e um contratenor, como exemplo da ascensão impressionante da mais recente das tipologias vocais ao estatuto do estrelato global.

Cachets elevadíssimos (por isso não os vemos em São Carlos...), contratos feitos com anos de antecedência (e, nalguns casos, sem certeza de que seja respeitado até à chegada ao aeroporto...), pequenos (e grandes) caprichos. Tudo faz parte da aura destes cantores, aqueles que as plateias em todo o mundo sonham poder ouvir ao vivo, nem que seja só uma vez...

DN, 7-3-2008
 
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