01 maio, 2008

 

Wikileaks


Medo porquê?


"O Wikileaks está a desenvolver a versão não censurada do Wikipédia visando a divulgação e análise de documentos em grande escala cuja fonte não poderá ser rastreável."




http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikileaks

http://www.wikileaks.org/wiki/Wikileaks/pt

Comments:
Documentos polémicos retirados da Internet mantêm-se 'online'

PEDRO FONSECA

O Wikileaks.org deixou de estar disponível online por decisão de um tribunal da Califórnia. O site que revelava, de forma anónima, documentos comprometedores sobre governos e empresas foi obrigado a calar-se após decisão judicial. No entanto, várias réplicas continuam activas, como sucede em Wikileaks.be.

Os responsáveis do site consideram que a decisão é inconstitucional e que a página foi censurada. Na base da decisão judicial está a divulgação de documentos relativos ao banco suíço Julius Bär, acusado de "lavagem de dinheiro e evasão fiscal" nas ilhas Caimão, segundo documentos alegadamente disponibilizados em público por Rudolf Elmer, antigo vice-presidente do banco naquelas ilhas.

A decisão do tribunal teve efeito nos servidores informáticos da Dynadot, que geria o endereço .org, incluindo a prevenção de o mesmo ser transferido para quaisquer outras entidades. A decisão judicial obrigou também a que o referido endereço Web devolvesse apenas uma página em branco "até outra ordem" em contrário do tribunal.

Criado em 2006, o Wikileaks é replicado por várias formas, como o RSS (distribuição automática dos textos ali disponibilizados) ou em sites que copiam os seus conteúdos, como o Wikileaks.be. Por isso, o encerramento do endereço em .org tem pouca eficácia na Internet. Tanto mais que este tipo de "censura" conduz de imediato vários sites a copiarem os conteúdos precisamente para garantir que não desaparecem da Web. Uma lista disponível em wikileaks.cx/wiki/Wikileaksover_Names mostra como até sites portugueses (olisbon.log.pt, por exemplo) divulgam a informação contida no Wikileaks original.

Este aceitava documentos "classificados, censurados ou de alguma forma material restrito de relevância política, diplomática ou ética", mas não rumores ou textos antes divulgados na comunicação social. Os documentos eram recebidos através de pessoas em certos países por, segundo a BBC, "terem as melhores leis para protecção das fontes dos jornalistas". Era também garantido o anonimato e a impossibilidade de registar a origem da fonte, através de técnicas de cifra e disfarce do endereço electrónico do autor do envio dos documentos.

O interesse primordial do site era a divulgação de documentos sobre "regimes opressivos na Ásia, no antigo bloco soviético, na África subsariana e no Médio Oriente" mas, segundo o próprio, também sobre quaisquer comportamentos pouco ético de governos ou empresas em todo o mundo. Um dos 1,2 milhões de documentos recebidos, divulgados no Wikileaks e mais badalados nos media, foi sobre as condições dos prisioneiros em Guantánamo.

O site foi censurado na China ou Tailândia por notícias sobre estes países. Julie Turner, advogada que já defendeu o Wikileaks, lembra que o banco suíço podia ter respondido no site às alegadas acusações. A advogada acusa ainda a falha na segurança do mecanismo de confidencialidade no banco que permitiu a revelação pública das suas actividades.

DN, 20-2-2008
 
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