02 junho, 2008
1 de Junho
Dia nacional do sobreiro e da cortiça
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobreiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corti%C3%A7a
http://www.cortica.net/
http://www.apcor.pt/index_pt.php
http://www.aiec.pt/
http://www.ctcor.com/gca/?id=45
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Montados podem travar desertificação em Portugal
FILOMENA NAVES
Alterações climáticas. Aumento da temperatura nas próximas décadas vai diminuir a disponibilidade de recursos hídricos e ajudar à degradação dos solos, promovendo o avanço da desertificação em Portugal. A floresta de sobreiro pode ter papel-chave para travar o fenómeno
WWF lança alerta contra má gestão florestal
Face às alterações climáticas, que vão agravar-se nas próximas décadas com impactos importantes em Portugal, os montados e florestas de sobreiro terão um papel-chave no combate à desertificação anunciada. Mas para que isso seja possível é necessária uma gestão adequada desta floresta e também a promoção activa da sua progressão para Norte, no território continental do País, "movimento" que o aquecimento da temperatura global vai favorecer nas próximas décadas.
Esta é uma das principais conclusões de um estudo realizado em conjunto pela organização internacional WWF (Fundo Mundial da Vida Selvagem) e pelo centro de investigação em Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves (CEABN), do Instituto Superior de Agronomia, e que ontem foi apresentado em Lisboa.
Se as medidas de gestão necessárias não forem tomadas, avisa o WWF, a partir de 2020 a desertificação avançará em Portugal a uma taxa superior a mil metros ao ano. E estas florestas, que são a base de um importante sector económico para o País, entrarão por seu turno em regressão mais acelerada.
A gestão adequada sublinhada pela organização ambientalista passa pela "certificação da qualidade destas florestas, pela criação de programas de protecção integrada contra pragas e infestações e também pela definição de mecanismos de mercado que permitam equiparar estas florestas às restantes no mercado do carbono", explicou ao DN Luís Silva, o coordenador do programa florestal do WWF em Portugal.
Este último mecanismo, que é em parte uma novidade em termos da valorização económica deste tipo de floresta, "é importante para tornar a sua plantação interessante do ponto de vista económico para os seus proprietários", sublinha Luís Silva.
Em relação à certificação da floresta, note-se que actualmente apenas 6% do montado em Portugal é certificado. Elevá-la "para níveis mais significativos" é o o apelo da organização ambientalista.
Sem o conjunto daquelas três práticas articuladas, a regressão desta floresta torna-se inevitável em Portugal. E o WWF até tem essas perdas prováveis contabilizadas, prevendo que a partir de 2020 a densidade e a área florestal desta espécie continuarão a regredir. "40% dos povoamentos vão ter menos de 40 árvores/ hectare e apenas 15% terão mais de 80 árvores/hectare", diz o WWF. Nesse cenário negativo, a taxa de regressão dos montados será de 1% ao ano.
Impedir essa situação, e ao mesmo tempo utilizar estas florestas no combate à desertificação - esta árvore retém níveis mínimos de humidade no subsolo e impede a sua degradação - é a proposta do WWF.
DN, 18-6-2008
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FILOMENA NAVES
Alterações climáticas. Aumento da temperatura nas próximas décadas vai diminuir a disponibilidade de recursos hídricos e ajudar à degradação dos solos, promovendo o avanço da desertificação em Portugal. A floresta de sobreiro pode ter papel-chave para travar o fenómeno
WWF lança alerta contra má gestão florestal
Face às alterações climáticas, que vão agravar-se nas próximas décadas com impactos importantes em Portugal, os montados e florestas de sobreiro terão um papel-chave no combate à desertificação anunciada. Mas para que isso seja possível é necessária uma gestão adequada desta floresta e também a promoção activa da sua progressão para Norte, no território continental do País, "movimento" que o aquecimento da temperatura global vai favorecer nas próximas décadas.
Esta é uma das principais conclusões de um estudo realizado em conjunto pela organização internacional WWF (Fundo Mundial da Vida Selvagem) e pelo centro de investigação em Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves (CEABN), do Instituto Superior de Agronomia, e que ontem foi apresentado em Lisboa.
Se as medidas de gestão necessárias não forem tomadas, avisa o WWF, a partir de 2020 a desertificação avançará em Portugal a uma taxa superior a mil metros ao ano. E estas florestas, que são a base de um importante sector económico para o País, entrarão por seu turno em regressão mais acelerada.
A gestão adequada sublinhada pela organização ambientalista passa pela "certificação da qualidade destas florestas, pela criação de programas de protecção integrada contra pragas e infestações e também pela definição de mecanismos de mercado que permitam equiparar estas florestas às restantes no mercado do carbono", explicou ao DN Luís Silva, o coordenador do programa florestal do WWF em Portugal.
Este último mecanismo, que é em parte uma novidade em termos da valorização económica deste tipo de floresta, "é importante para tornar a sua plantação interessante do ponto de vista económico para os seus proprietários", sublinha Luís Silva.
Em relação à certificação da floresta, note-se que actualmente apenas 6% do montado em Portugal é certificado. Elevá-la "para níveis mais significativos" é o o apelo da organização ambientalista.
Sem o conjunto daquelas três práticas articuladas, a regressão desta floresta torna-se inevitável em Portugal. E o WWF até tem essas perdas prováveis contabilizadas, prevendo que a partir de 2020 a densidade e a área florestal desta espécie continuarão a regredir. "40% dos povoamentos vão ter menos de 40 árvores/ hectare e apenas 15% terão mais de 80 árvores/hectare", diz o WWF. Nesse cenário negativo, a taxa de regressão dos montados será de 1% ao ano.
Impedir essa situação, e ao mesmo tempo utilizar estas florestas no combate à desertificação - esta árvore retém níveis mínimos de humidade no subsolo e impede a sua degradação - é a proposta do WWF.
DN, 18-6-2008
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