06 junho, 2008

 

Cegonha

de cores várias...



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Ninhos da cegonha-branca aumentam


Um estudo ontem divulgado revela que o número de ninhos ocupados por cegonhas-brancas em Portugal aumentou mais de cinco vezes nos últimos 20 anos, existindo perto de 7700, o que comprova a recuperação da espécie.

Os resultados são do V Censo Nacional de Cegonha-Branca, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN), realizado entre Março e Maio de 2004, que mostra a existência de mais de 7685 ninhos, em contraste com os 1500 encontrados em 1984.

A cegonha-branca é uma ave que se encontra mais no Sul do País, sendo uma presença constante nas searas e pousios alentejanos e nos arrozais. Os distritos de Beja, Évora, Setúbal, Santarém e Portalegre somam 82% dos ninhos existentes.

Tal como em toda a Europa ocidental, a população portuguesa de cegonha-branca sofreu uma forte regressão durante décadas, tendência invertida apenas no final da década de 80.

Para a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, o aumento do número de cegonhas-brancas em Portugal deve-se ao fim de um período de seca de várias décadas nas suas áreas de invernada africanas e à proliferação na Península Ibérica de uma espécie exótica invasora, o lagostim-vermelho-da- -luisiana, que passou a constituir a base da sua alimentação.

"Foi este crustáceo que permitiu que várias dezenas de milhares de cegonhas-brancas passassem a residir em Portugal, evitando a mortalidade associada à migração e invernada na África subsariana", explica a SPEA.

A organização sublinha também os esforços de conservação da espécie ocorridos nas duas últimas décadas, entre os quais a sensibilidade ambiental das populações e o esforço coordenado do ICN e de vários agentes sociais e económicos, como as companhias de distribuição e transporte de electricidade (EDP e REN).

A SPEA é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal.

DN, 27-8-2005
 
CASA NOVA E SEGURA PARA AS CEGONHAS

RITA CARVALHO

Aparelhos da REN protegem aves e evitam falhas

A operação é delicada e demorada. Apesar de não haver cegonhas em cima do poste que leva energia da zona de Sines até Lisboa, é preciso trepar os 23 metros da estrutura. Pé ante pé, debaixo de sol intenso, com mosquetões e cabos a garantirem a segurança da operação, os dois homens colocam a plataforma de metal no topo da torre. Mais tarde, com paus, cordas e folhas, as aves começarão a erguer a sua nova casa.

Para estarem reunidas todas as condições para as cegonhas construírem o seu ninho num local seguro, longe das cadeias isoladoras onde podem gerar curto-circuitos e incidentes na rede eléctrica, falta agora colocar umas ventoinhas junto à plataforma. Pendurados na estrutura e com vista privilegiada sobre os campos da Companhia das Lezírias, em Porto Alto, os operadores da Redes Energéticas Nacionais (REN) erguem do chão os aparelhos, uma espécie de espantalhos modernos colocados na extremidades e que, movidos pelo vento, afastam as cegonhas da zona perigosa do poste de alta tensão.

Aqui a medida de segurança impõe-se pela sobrevivência das aves, que teimam em instalar-se no topo dos postes, correndo o risco de serem electrocutadas, mas também pela necessidade de assegurar a eficácia do serviço prestado pela REN. "Nem imagina a sujidade que as cegonhas fazem", comenta Albino Marques, responsável da REN, acrescentando: "Os excrementos, juntamente com a humidade, provocam um líquido que pode causar curto-circuitos na linha e fazer microcortes no abastecimento."

Quando isso ocorre, na casa do consumidor a falha é quase imperceptível - quando muito, traduz-se num piscar rápido das luzes - pois o abastecimento é imediatamente reposto. Mas em unidades industriais a interrupção é suficiente para fazer parar ou até para danificar uma máquina.

Campanha de nidificação

Há anos que as cegonhas-brancas insistem em substituir as árvores e as torres das igrejas pelos postes de alta e baixa tensão. Aí constroem os ninhos, porque as condições são melhores: altura é sinal de maior protecção. Esta situação levou a REN a lançar em 1993 uma campanha de controlo da nidificação da cegonha-branca, que tem vindo a intensificar-se, pois a comunidade destas aves tem aumentado bastante nos últimos anos. Numa década triplicaram os ninhos, que são, actualmente, 1500, mil dos quais já instalados nestas plataformas, ou seja, em segurança.

Os funcionários da REN identificam os ninhos localizados em zonas desadequadas através de vistorias aéreas feitas num helicóptero e depois traçam o programa de intervenções. Um "never ending job", confessa Albino Marques, referindo-se ao crescimento da população de cegonhas e à sua opção cada vez maior pelos postes de transporte de energia. "Acabamos por ir atrás delas."

As operações realizadas no âmbito desta campanha da REN são várias e dependem da época do ano: colocação de aparelhos para a construção de ninhos (as tais plataformas) e de rodízios (as ventoinhas para afastar as aves da zona perigosa do poste). A mais delicada - e que acontece uma ou duas centenas de vezes por ano e só em alturas específicas para não prejudicar o desenvolvimento das crias - é o realojamento dos ninhos.

Tarefa complicada que consiste em transportar parte do ninho, que chega a pesar 150 quilos, e colocá-lo num local apropriado. Depois, as aves tratam de o reconstruir na totalidade. E mais rapidamente do que se poderia pensar.

"São muito empreendedoras", comenta Albino Marques. Há relatos de cegonhas que levaram poucas horas a transportar paus e folhas e a reconstruir o seu ninho. E se há postes que chegam a acolher 13 ninhos atestando o sucesso da mudança levada a cabo pela REN e valendo à estrutura o nome de "condoninhos", nem todas as operações surtem efeito e servem para ensinar as cegonhas. Há quem já tenha visto uma cegonha a parar a rotação de um rodízio com um pau para conseguir instalar-se ou outra a esperar pela paragem do vento para levar por diante a sua intenção.

DN, 11-4-2008
 
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