02 junho, 2008

 

Da poupança


dos portugueses



http://pt.wikipedia.org/wiki/Poupan%C3%A7a

http://www.apefipt.org/index.html

Comments:
Portugueses perdem 18 milhões por ano com poupança-habitação

PAULA CORDEIRO

Os portugueses estão a perder, em média, 18 milhões de euros por ano, ao manterem ainda 2,2 mil milhões de euros depositados em contas poupança-habitação (CPH). Os cálculos foram feitos pela Deco-Proteste e foram ontem publicados no seu boletim financeiro Poupança Quinze.

Depois de terem sido, durante muitos anos, um produto financeiro atractivo, em 2005 as CPH perderam os benefícios fiscais. No entanto, apesar de terem desaparecido das campanhas publicitárias, a realidade é que ainda existe muito dinheiro aplicado nestes produtos.

Com as restrições ao seu levantamento, as CPH são aplicações de longo prazo, que anualmente levam os seus depositantes a perder dinheiro.

De acordo com os cálculos da Deco-Proteste, a taxa de juro líquida média das CPH é de apenas 2%, contra 2,8% num depósito de cinco mil euros a um ano.

A reduzida liquidez deste produtos é aproveitada pela banca para pagar juros reduzidos, aponta o trabalho publicado na Poupança Quinze.

A Deco sugere, como forma de ultrapassar esta situação, que o legislador acabe com os entraves à concorrência e permita, sempre que o depositante o desejar, a transferência de CPH entre bancos, com vista a obter a melhor remuneração. Para tentar inverter esta situação, a Deco pediu às Finanças uma alteração às actuais regras, face à perda dos benefícios fiscais.

O levantamento feito pela Deco-Proteste mostra que a melhor remuneração líquida existente no mercado para um depósito de cinco mil euros a um ano é de 4,1% e é oferecida pelo Banco Popular. Mas, nesse mesmo banco, a sua CPH é remunerada a uma taxa de apenas 2,6%.

Analisando todos os produtos desta natureza existentes no mercado, a melhor taxa para uma CPH é praticada pelo Banco Best - 2,9%. A pior remuneração é praticada pela Caixa Galicia e pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), com uma taxa de apenas 1,2%. Num ano e para os cinco mil euros referidos, os juros seriam de 145 euros na primeira hipótese, contra apenas 60 euros na segunda. Todavia, na prática, o investidor está impedido de procurar a instituição com taxas de juro superiores, relembra a publicação da Deco-Proteste.

DN, 26-9-2007
 
Portugueses poupam 14% do que ganham

PAULA CORDEIRO

Os portugueses poupam, em média, 14% do seu rendimento e gastam 25% do vencimento mensal com o pagamento de prestações de crédito. Estas são algumas das conclusões do estudo ontem divulgado pela Asfac - Associação das Instituições de Crédito Especializado, intitulado "A relação dos portugueses com o dinheiro e o crédito".

Realizado pelo método de amostragem, o estudo revela que 73% dos portugueses têm hábitos de poupança, com a maioria a poupar mensalmente ou sempre que pode. Mas se a média resulta numa poupança de 14% (acima da taxa de 9% revelada pelo Banco de Portugal), convém referir que 68% dos inquiridos poupam até 15% do seu rendimento. Para a secretária-geral da Asfac, estes dados provam que a poupança "continua a ser um valor para os portugueses".

Esta responsável revelou que o valor médio de poupança na Europa está entre os 14% e 15%, com alguns países a incluir nestes dados produtos como os certificados de aforro, o que não acontece em Portugal.

No que respeita à taxa de esforço dos portugueses revelada por este trabalho, de 25%, esta está abaixo dos 30% apontados pelo Banco de Portugal. A taxa de esforço mede a percentagem do rendimento mensal canalizado para o pagamento de prestações de crédito.

Mesada de 119 euros

Quanto aos hábitos familiares em relação ao dinheiro, 50% dos portugueses dão dinheiro aos filhos, mensalmente ou quando eles pedem. Destes, 25% opta por mesada e 17% por semanada.

Em média, cada família dá, em média, 119 euros aos filhos, valor destinado maioritariamente para alimentação, actividades escolares e gastos próprios. No entanto, 38% dos 77% que dão mesada até 150 euros, dão um valor até 30 euros.

A maioria dos pais (80%) afirma que os filhos conseguem controlar o dinheiro que lhes dão até ao final do prazo estipulado e 88% responde que incita os filhos a poupar. No entanto, 74% considera que não existe informação suficiente sobre educação financeira nas escolas.

Outro dado do estudo revela que 61% dos portugueses inquiridos costuma fazer um plano de gastos mensais e a sua família (marido/mulher e filhos) costuma participar na definição dos gastos familiares. Antes de ir ao supermercado, 77% dos portugueses faz uma lista de compras.

Estes dois itens são indicativos da importância crescente do planeamento financeiro nos orçamentos familiares.

Analisando a relação dos portugueses com o crédito, o estudo indica que 84% dos inquiridos está a pagar um ou mais créditos, sendo que a maioria (53,7%) possui um crédito à habitação, seguido do crédito pessoal (35,8%) e do crédito automóvel (22,5%).

Quando fazem um crédito, seja ele para a compra de casa, automóvel ou pessoal, o mais importante para os portugueses é o valor das mensalidades. Só no caso dos cartões de crédito é que o custo total do crédito é o mias valorizado.

Quem recorre ao crédito, na sua maioria (74%) considera-o vantajoso, porque permite resolver situações imprevistas (50,3%), enquanto 45% aponta como principal vantagem o acesso a bens que de outra forma não seria possível.

Para Menezes Rodrigues, presidente da Asfac, este estudo indica que a concessão de crédito "é uma actividade que caminha para um bom porto, se o crédito for atribuído de forma responsável, quer da parte de quem pede quer da parte de quem o concede". E considera que "os portugueses são responsáveis quando recorrem ao crédito".

DN, 3-4-2008
 
Dívida total das famílias chega a 129% do que ganham por ano

PAULA CORDEIRO

O elevado nível de endividamento dos portugueses pode limitar a sua capacidade de ajustamento a crises, numa altura em que as taxas de juro não param de subir. O endividamento dos particulares já atingiu os 129% do seu rendimento disponível anual, ou seja, a dívida total das famílias é superior em 29% ao seu rendimento de um ano, sem impostos.

Em 2006, este valor era de 123%, o que significa que os portugueses aumentaram as suas dívidas à banca em 11,2 mil milhões de euros, no último ano. A dívida total dos particulares à banca era de 147,9 mil milhões de euros no final do ano passado, ou seja, 91% do PIB.

Estes dados foram ontem revelados pelo Banco de Portugal, no seu Relatório de Estabilidade Financeira de 2007. O supervisor considera que, ainda que o quadro financeiro das famílias não ponha em causa a estabilidade do sistema em geral, detectam-se "algumas situações de vulnerabilidade, sobretudo nos estratos mais jovens e de rendimento mais baixo".

O Banco de Portugal ressalva, no entanto, que estas famílias têm uma participação relativamente limitada no mercado do crédito. Por outro lado, destaca os "níveis historicamente reduzidos" do incumprimento na carteira de crédito dos bancos, apesar de, no primeiro trimestre deste ano, o rácio de incumprmento ter subido 5,5%, passando de 1,8 para 1,9% dos empréstimos totais a particulares.

Para a autoridade de supervisão, os principais riscos para a estabilidade financeira em Portugal são a incerteza quanto à duração, extensão e implicações da turbulência nos mercados financeiros.

O elevado nível de endividamento das famílias, refere ainda a instituição liderada por Vítor Constâncio, "poderá estar a constituir uma restrição activa para a evolução do consumo privado e do investimento residencial". Uma situação que tenderá a agravar-se, num quadro de aumento da restritividade na concessão de crédito, como consequência das dificuldades de financiamento enfrentadas pelos bancos.

O Relatório refere ainda, no quadro de uma menor procura no mercado imobiliário, que não existe "uma sobrevalorização dos preços da habitação em Portugal, que têm registado taxas de crescimento muito moderadas ao longo dos último anos (negativas em termos reais)", ao contrário do que se observa noutros países.

Poupança volta a cair

Em 2007, registou-se uma redução da taxa de poupança dos portugueses. De acordo com o Relatório de Estabilidade, esta taxa, quando medida em percentagem do rendimento disponível dos particulares, fixou-se nos 7,9%, contra 8,4 % no ano anterior.

Já no que respeita à sua relação com o PIB, a taxa de poupança foi de 5,5%, quando em 2006 tinha sido de 6%. Mais um dado que indicia um maior recurso ao financiamento nos mercados internacionais, por parte dos bancos, agravando a posição do País face ao exterior.

Do lado das empresas, a situação também não melhorou. A dívida total destas atingiu os 114% do produto interno bruto (PIB) em 2007, enquanto a sua poupança corrente, em percentagem do PIB, baixou para 4,3%, contra 5% em 2006. Referindo-se ao sector bancário, o Banco de Portugal defende um reforço dos fundos próprios dos bancos portugueses, para fazer face às incertezas que persistem nos mercados financeiros. "As perturbações nos mercados financeiros deverão continuar a afectar negativamente a rendibilidade dos bancos", refere o documento.

O Relatório de Estabilidade considera ainda que a actual conjuntura "não é favorável à realização de operações de fusão e aquisição, que nos últimos anos tinham contribuído de forma bastante positiva para os resultados dos bancos".

DN, 28-5-2008
 
Dicas para enfrentar a crise no seu bolso

PAULA CORDEIRO

Como reduzir dívidas e aumentar poupança

Quatro passos a seguir para contornar o aumento das despesas.
Em época de crise e com as taxas de juro a subir, os portugueses procuram soluções para contornar o aumento das prestações e das suas despesas em geral.

Instituições de crédito e associações de defesa dos consumidores têm vindo a divulgar planos de acção e dicas para combater o endividamento e o consequente aumento dos encargos. O site Saldo Positivo, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que visa contribuir para melhorar a educação financeira dos consumidores, deixa alguns conselhos para melhorar as suas finanças pessoais.

Saiba quanto deve e que taxas de juro está a pagar

O primeiro passo para tentar reduzir os seus encargos mensais consiste em determinar o seu endividamento. Em família ou sozinho, conforme o caso, some todas as suas dívidas e fique a saber quanto dinheiro é que deve na realidade, quais as entidades credoras e as taxas de juro que está a pagar.

Deve considerar igualmente as dívidas em atraso. Recorde-se que muitos dos consumidores que entram em incumprimento, fazem-no porque acumulam créditos, por vezes para pagar outros empréstimos. E não se esqueça de que os cartões de crédito também contam.

Defina as suas prioridades na hora de pagar

Se entrou em dificuldades financeiras e não consegue pagar todas as duas dívidas, organize-as por prioridades. Assim, em primeiro lugar, pague as prestações de empréstimos que têm garantias reais, como o caso do seu crédito à habitação. Isto porque se deixar de o pagar corre o risco de ficar sem a sua casa.

Em segundo lugar, liquide as dívidas que podem ser supridas com o seu salário, como o caso da Segurança Social e dos impostos. Deve igualmente pagar todos os montantes em atraso de serviços que pretende continuar a usar, como a electricidade, a água ou o telemóvel.

Por fim, liquide as dívidas sem garantia, como as dos cartões de crédito, e os empréstimos de amigos e familiares, fazendo planos de pagamento a prazo.

Analise se o crédito está a estragar-lhe a sua vida

Para saber até que ponto o seu endividamento lhe prejudica o seu dia-a--dia e lhe perturba a vida, o site Saldo Positivo levanta algumas questões para que os consumidores possam avaliar o seu grau de preocupação.

Assim, as dívidas perturbam-lhe o trabalho e a vida social? O dinheiro tem sido a base de discussões familiares? Está a aumentar a fatia do seu rendimento disponível que usa para pagar dívidas? Estas são algumas questões que permitem avaliar até que ponto o seu endividamento está a estragar a sua vida.

Algumas decisões mais difíceis para poupar

Aumentar o dinheiro disponível em cada mês pode ser possível mediante medidas menos simpáticas ou pequenas mudanças de hábitos.

Deixar de fumar, de beber café e água engarrafada e reduzir os gastos com parquímetros são as primeiras medidas que podem resultar numa poupança ao fim do mês, referem os especialistas do Saldo Positivo.

No entanto, as decisões de cortar nestas pequenas despesas mais ou menos desnecessárias pode não ser suficiente para pôr em ordem o seu orçamento familiar. Neste caso, terá de avançar para decisões mais difíceis para acabar com as dívidas.

A primeira análise a fazer tem a ver com a sua casa, ou seja, se esta está acima das suas possibilidades. Se for esse o caso, o melhor será trocar de casa, por uma mais de acordo com o seu orçamento. Mas tome atenção a dois aspectos: a maior dificuldade em conseguir actualmente vender um imóvel em segunda mão e os custos inerentes a um novo processo de crédito.

A venda do carro e a opção pelos transportes pode igualmente facilitar a vida aos mais endividados. Outra medida será a opção pelas escolas públicas, se tiver os seus filhos em colégios privados. O Saldo Positivo sugere ainda a venda de algumas "tralhas" que tem em casa (roupas, CD e DVD, livros, electrodomésticos, entre outros bens) para conseguir amealhar alguns euros extra.

DN, 20-6-2008
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?