14 junho, 2008

 

Emagrecimento


Produtos e polémicas



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Produtos para emagrecer em roda livre

ANA BELA FERREIRA

"Campanha contra suplementos", denuncia sector

Primavera é sinónimo de calor e regresso à praia. Mas também de dietas. Para perder peso não faltam opções. Umas mais seguras que outras. O problema é a falta de controlo que existe no sector dos suplementos alimentares e de emagrecimento, já que só existe fiscalização directa quando se registam problemas. Isto é, a posteriori. E os consumidores ignoram os riscos de alguns produtos. Os recentes casos com a Depuralina e Herbalife vieram por a nu o problema da falta de controlo dos dietéticos. O que faz com que a tão falada ditadura das dietas esteja em roda livre.

Os profissionais que ajudam a emagrecer não têm dúvidas que "a perda de peso acarreta sempre uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico regular", como justifica a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, Alexandra. Bento. Mas, para conseguir as formas de Cláudia Vieira (eleita uma das mulheres mais bonitas do mundo), muitas pessoas usam suplementos alimentares, que têm a vantagem de garantir resultados sem deixar de comer e sem frequentar o ginásio. Ou seja, resultados rápidos, sem esforço. Mas o sector foi agora posto em causa com a suspensão da Depuralina com o Governo a pedir prudência no uso de Herbalife.

A suspensão da Depuralina foi levantada na quinta-feira, depois de as análises realizadas pelo Ministério da Agricultura terem revelado não existir ligação entre o consumo do produto e reacções alérgicas registadas em dez consumidores. O director técnico da empresa que comercializa a Depuralina - a DietMed/Lab - Ricardo Leite, frisa que "a confiança no produto é máxima".

"Foi montada uma campanha contra os suplementos de emagrecimento". É assim que o presidente da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Dietética, Raul Oliveira, descreve a medida de suspensão da Depuralina. O descontentamento levou a associação a pedir a demissão do director-geral de Saúde, Francisco George. A entidade representa 130 empresas do sector e fala de quebras de 50% nas vendas de produtos de emagrecimento e de 35% nos suplementos alimentares. Por seu lado, Jorge Martins de Lima, presidente da Associação de Dietéticos Nacionais, refere baixas de 30 a 50% nas vendas de todos os produtos do sector. Esta entidade tem associadas 126 empresas. O responsável lamenta que se tenha falado sem provas, classificando a acção dos nutricionistas de "verdadeiro descalabro".

Jorge Lima espera agora que "as pessoas reflictam e que percebam que houve um especular" em torno da Depuralina. Um caso que, na sua opinião, foi aproveitado por outras empresas para enaltecer os seus produtos. "Estamos em Maio, as pessoas que estavam a fazer dietas ou pararam ou mudaram de produtos", lamenta Jorge Lima, que acredita ser impossível, neste momento, reverter a situação.

A Depuralina está no mercado desde Janeiro e conquistou 130 mil consumidores. Graça Raimundo, presidente da Associação Portuguesa de Dietistas, justifica a procura crescente deste tipo de produtos com a tendência dos portugueses "para acreditar em milagres e, nomeadamente, no emagrecimento rápido".

Para perder peso "as pessoas têm que mudar os hábitos de vida, o que é difícil e, por isso, recorrem à pílula milagrosa", analisa Graça Raimundo, acrescentando que "os suplementos só deveriam ser tomados em casos extremos e sob vigilância" e que "não é prática dos nutricionistas prescreverem suplementos". A dietista critica a sua forma de comercialização: "vendem-se em qualquer lado, o que é um risco para a saúde pública".

A verdade é que perseguir a silhueta ideal é reflexo "de uma sociedade onde a visibilidade é muito importante", reconhece o sociólogo e especialista em estilos de vida, Elísio Estanque. "Existe uma obsessão, faz-se tudo para chegar a um determinado padrão de beleza".

DN, 27-4-2008
 
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