16 junho, 2008

 

Oc(x)itocina


A explicação dos afectos




http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocitocina

http://www.sindioses.org/noticias/oxitocina_pt.html


http://www.destak.pt/artigos.php?art=11564

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1224758&idCanal=13

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080522_fobiasocial_fp.shtml

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Hormona sintética para reforçar autoconfiança

Um grupo de investigadores suíços da universidade de Zurique, liderado por Ernst Fehr, utilizou uma versão sintética da hormona oxitocina, contida num spray nasal, para provar que esta aumenta a confiança de quem a absorve. O trabalho, divulgado na edição de hoje da Nature, pode abrir caminho à utilização desta hormona em terapias para o autismo ou fobias sociais, em que a autoconfiança dos indivíduos está diminuída, dizem os investigadores.

A redução da actividade da hormona, pelo contrário, poderá ser usada para tratar doenças mais raras, como a síndrome de Williams, que desinibe as crianças e as leva a abordar estranhos sem receio.

Para António Damásio, que comenta este estudo na mesma edição da revista, o nível de confiança naquelas crianças poderá dever-se a um excesso de libertação da oxitocina. "Pouco se sabe sobre a neurologia da confiança, embora o fenómeno esteja a começar a despertar a atenção", considera o neurologista português.

Esta hormona é segregada em tecidos cerebrais e sintetizada pelo hipotálamo. Esta pequena mas crucial região do cérebro controla reacções biológicas como a fome, a sede e a temperatura do corpo e as reacções viscerais de luta ou fuga associadas a poderosas emoções básicas como o medo e a cólera.

Considerada durante anos uma simples hormona reprodutiva existente em ambos os sexos, este mensageiro químico estimula, tanto nos seres humanos como nos animais, as contracções uterinas no trabalho de parto e induz a produção de leite. É também libertada, em ambos os sexos, durante as relações sexuais.

Foi encontrada em elevadas concentrações no fluido cérebro- espinal durante e após o nascimento e demonstrou-se que está envolvida na bioquímica do afecto.

Nos últimos anos, os cientistas têm-se interrogado sobre o papel da oxitocina nos comportamentos gregários e, mais especificamente, como estímulo da confiança.

No estudo relatado na Nature, os investigadores tentaram manipular a confiança de voluntários através do aumento do nível de oxitocina no cérebro. Para isso, usaram uma versão sintética num spray nasal que foi absorvida pelas mucosas e chegou ao cérebro através do sangue. A dose usada era inofensiva e a alteração dos níveis da hormona foi só temporária, garantem os autores da experiência.

Participaram na experiência 178 estudantes de universidades de Zurique, na casa dos 20 anos. Parte deles foi exposta a oxitocina e a outra a um placebo.

O estudo incluia um jogo em que um "investidor" podia entregar a um administrador de fundos até 12 unidades de dinheiro equivalentes a 0,40 francos suíços (0,90 cêntimos). O gerente triplicava então o dinheiro dos investidores e decidia depois quanto distribuía. Dos 29 indivíduos que receberam oxitocina, 45 por cento investiu o máximo das 12 unidades monetárias, tendo, nas palavras dos investigadores, revelado "confiança máxima".

Em comparação, o comportamento do grupo do placebo foi inverso. Apenas 21 por cento deles investiu o máximo, enquanto 45 por cento investiram poucas unidades. Os que tomaram oxitocina investiram 17 por cento mais do que os do grupo do placebo.

"A oxitocina causa um aumento substancial do comportamento confiante", concluíram Fehr e os seus colegas. Os cientistas preparam agora novas experiências nas quais vão recorrer a imagiologia cerebral. "Agora que sabemos que a oxitocina tem efeitos comportamentais", disse Fehr, "queremos conhecer os circuitos cerebrais que estão por detrás desses efeitos".

DN, 2-6-2005
 
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