26 junho, 2008

 

SIVE


Sistema Integral de Vigilância Exterior



http://es.wikipedia.org/wiki/SIVE

http://www.guardiacivil.org/prensa/actividades/sive03/index.jsp

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Satélite espanhol vigia a costa portuguesa

JOÃO PEDRO HENRIQUES

Madrid dá como certo - mas Lisboa não confirma. O ministério espanhol do Interior está a montar um sistema de vigilância das fronteiras marítimas da Península Ibérica, com recurso a um satélite já a operar, o Spainsat, que prevê um centro de operações em Lisboa (o comando central seria em Las Palmas, ilhas Canárias).

Contudo, confrontado ontem pelo DN com esta intenção espanhola, avançada no diário espanhol El País, o ministério da Administração Interna (MAI) avançou oficialmente, através de Susana Dutra, assessora de imprensa, que "é prematuro e especulativo falar sobre quaisquer novas formas de cooperação" nesta matéria entre os dois países. "Não foi dado conhecimento ao ministério da Administração Interna do sistema que referem", disse a mesma fonte. A qual salientou, no entanto, que "Portugal tem mantido uma boa cooperação com Espanha no que diz respeito à luta contra a imigração ilegal e o tráfico de pessoas e está disponível para aprofundar essa luta, tendo em conta que está em causa um fenómeno criminal que põe em causa direitos humanos fundamentais e cria dramas humanitários devastadores".

O projecto espanhol, designado Sea Horse Network, (Rede Cavalo Marinho), visa o combate à imigração ilegal e aos vários tráficos (drogas, pessoas). O sistema prevê especificamente um centro de informações a erguer em Lisboa e ainda outros em três países africanos que já se associaram ao projecto: dois na Mauritânia (Nuabibú e Nuakchot), um no Senegal (Dakar) e ainda outro na Cidade da Praia (Cabo Verde). O Spainsat, um satélite de 3,7 toneladas, já está estacionado (fixo) a 36 mil quilómetros de altitude.

O sistema, conforme o explicado ontem pelo El País, tenta conjugar tecnologia de ponta com recolha de informações no terreno, ou seja, com a mais tradicional espionagem. Cada "posto" da rede deverá ter ao seu serviço agentes da "secreta" espanhola, que darão conta ao comando de Las Palmas de informações relevantes sobre imigração ilegal.

O diário espanhol deu um exemplo: o centro da Praia (Cabo Verde) detecta um barco suspeito que acaba de passar junto ao arquipélago em direcção a norte. Identifica para o comando de Las Palmas a embarcação e o sítio de origem (por exemplo: Guiné-Bissau). Las Palmas informa o centro de Dakar para que este ponha em campo os agentes da "secreta" espanhola em Bissau.

Daí em diante, o navio em causa, se for confirmadamente suspeito, será seguido sempre de perto pelo Spainsat, até que se aproxime da costa ibérica. Aqui entrará em funcionamento o SIVE (Sistema Integral de Vigilância Exterior), uma rede de estações costeiras de vigilância em Espanha, equipada com radares, câmeras de vídeo e sistemas de visão nocturna.

DN, 27-5-2008
 
O diálogo positivo sobre imigração que nunca passa à acção

Mónica Ameixeiras
correspondente da Agência Europa Press

Quando se fala de imigração, todos têm uma ideia, uma opinião e uma solução.

Uns acham que é um problema e outros que é benéfica para os países de destino. A única coisa em que todos parecem concordar é que há que combater a imigração ilegal, já que na maior parte dos casos esta tem como consequência a exploração dos trabalhadores, quer seja pelas máfias organizadas quer pelos empresários que pagam salários miseráveis, deixando-os indefesos.

Nisso também coincidem os países que integram o denominado Diálogo 5+ 5 (Espanha, França, Itália, Malta, Marrocos, Líbia, Argélia, Tunísia e Mauritânia), que nesta semana se reuniram, em Évora, na VI Conferência sobre Migrações no Mediterrâneo Ocidental. Após trocar pontos de vista e apresentar as políticas dos seus respectivos governos para essa área, os ministros da Administração Interna e Trabalho estabeleceram como prioridade o combate à imigração ilegal através de uma maior cooperação e da adopção de medidas de luta contra o emprego clandestino.

Até aí tudo muito bem, mas o problema vem depois. O diálogo é muito positivo, saudável e necessário, mas se não se passa à acção, não se tomam medidas concretas e os governos não começam a actuar, de nada valem todas essas boas intenções. Desse encontro, nada saiu à excepção da aplicação das novas tecnologias aos processos que envolvem os fluxos migratórios, isto é, um site no qual poderão consultar ofertas de trabalho e informação desse género. Mas esquecem-se de um pequeno detalhe, os imigrantes que vêm do norte de África para a Europa não têm acesso a essas novas tecnologias e também não têm conhecimentos para as utilizar.

Nas conclusões finais, indicam que o encontro serviu "para constatar a importância da necessidade de combater a imigração ilegal" e que esta "tem que ser tratada de forma global e integrada". Além da "importância de tratar eficazmente a exploração dos imigrantes através da adopção de medidas de luta contra o emprego ilegal".

Ante este texto final, podemos perguntar-nos se temos uns políticos tão pouco profissionais que não se deram conta até ontem que tinham que combater a imigração ilegal e que para isso é necessária a colaboração de todos; ou se os nossos políticos não são capazes de passar das boas palavras à prática.

DN, 31-5-2008
 
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