27 junho, 2008

 

Toumani Diabaté


e a Kora




http://en.wikipedia.org/wiki/Toumani_Diabat%C3%A9

http://www.myspace.com/toumanidiabate


http://en.wikipedia.org/wiki/Kora_(instrument)

http://museu-musica.blogspot.com/2008/05/kora-por-toumani-diabate.html

http://www.coraconnection.com/

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O supra-sumo da kora actua na Casa da Música

MARCOS CRUZ

A kora, instrumento de 21 cordas cuja caixa de ressonância é uma cabaça XL cortada ao meio e fechada com pele de vaca, parece uma extensão do seu corpo. Toumani Diabaté toca-a como que pondo a mão no coração, dando sentido à semelhança entre os dois termos. Um e outro, kora e coração, são-lhe vitais, mas não exclusivos. A "ferramenta musical" com que se apresenta esta noite na Casa da Música, no Porto, para uma das muitas demonstrações que tem feito pelo mundo de sensibilidade, inventividade e virtuosismo, vem já de cerca de 70 gerações precedentes da África Ocidental. Mas, tocada por ele, soa sempre como nova.

A isto, claro, não é estranho o facto de o pai de Toumani, Sidiki Diabaté, ter sido apelidado de rei da kora - o que reservou ao herdeiro o título de príncipe. Mas o seu processo de aprendizagem não teve a supervisão do pai. Na verdade, o que teve foi a superaudição do filho. Autodidacta, Toumani escutava a música que saía das mãos do progenitor e treinava dedicadamente. Conciliava isso com as sons de fora que, nas décadas de 60 e 70, vindas sobretudo da América negra, eram mais populares em Bamako: a soul, o jazz, o funk e o black rock, de Jimi Hendrix a Jimmy Smith. Do lado britânico, Led Zeppelin fazia as delícias dos malianos.

Foi unindo as tradições ancestrais a géneros como o flamenco, o jazz ou o blues que Toumani Diabaté criou a sua própria linguagem no âmbito da kora e inebriou os ouvidos do mundo, seduzindo músicos de quadrantes e estilos variados com quem viria a colaborar, ou em disco ou ao vivo - a exemplo de Salif Keita, Damon Albarn, Björk, Kasse Mady Diabaté e, claro, do inesquecível Ali Farka Touré, em cuja companhia assinou o melhor álbum de world music de 2006, a avaliar pelo Grammy que ganhou nesse ano.

Antes, porém, já havia sido premiado com o Tamani de Ouro, que distingue o melhor tocador de kora do mundo, e inscrito o seu nome na história como o primeiro negro africano a levar para casa o Zyriab des Virtuoses, troféu atribuído pela Unesco.

Hoje, na Casa da Música, e apesar de todos os créditos e louvores acumulados, é às origens que regressa. Como sempre. Às origens da terra e de si próprio. Algo que só com a kora consegue fazer. The Mandé Variations, obra-prima editada este ano, será a base da actuação. Única, mais uma. Caso para dizer todas as vezes: é a kora ou nunca.

DN, 28-5-2008
 
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