24 julho, 2008

 

13 de Julho


Dia do agricultor




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A maioria dos agricultores portugueses tem entre 50 e 60 anos, mais de 20 por cento não sabem ler ou escrever, 90 por cento das explorações têm dimensão económica pequena e 80 por cento usam mão-de-obra familiar.
Com base em dados recolhidos pela agência Lusa junto da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), é possível concluir que a agricultura portuguesa se baseia em explorações de pequena ou muito pequena dimensão económica, mas também em termos de área, com a média do país a rondar 11,5 hectares.
No entanto, as características da agricultura e dos agricultores não são as mesmas no sul, no Alentejo, ou no centro e norte do país, reflexo das áreas médias por exploração de 61 hectares no primeiro caso, ou de 2,6 hectares na Beira Litoral que vão influenciar o tipo de cultura presente.
Cerca de três por cento das explorações detêm 63 por cento da área cultivada, assim como 93 por cento dos agricultores possuem 26 por cento daquela área.
Quanto ao agricultor, 71 por cento tem mais de 55 anos, 47 por cento mais de 65 anos e somente dois por cento tem menos de 35 anos.
No nível de instrução, a maioria (81 por cento) frequentou o ensino básico, enquanto a "formação" específica em agricultura se resume em 89 por cento dos casos à prática do dia-a-dia.
Um ponto relevante, principalmente realçado para a CNA, é a estrutura familiar da mão-de-obra, factor que torna mais graves as consequências da crise que o sector actualmente enfrenta.
Os cereais encontram-se mais a sul, no Alentejo, região onde também se cultiva o olival, que, por sua vez, também é produzido em Trás-os-Montes e na Beira Interior. Com o novo regime de pagamento único das ajudas comunitárias, os cereais registaram um decréscimo 70 por cento em dois anos e no ano passado só recuperaram 30 por cento.
É a floresta que é responsável pela maior área da agricultura, seguida do olival e da vinha, sendo estas duas das mais rentáveis, segundo a CNA. É também a vinha que ocupa maior parte dos agricultores, segundo a CAP.
No centro e norte do país, onde se concentram maior número de agricultores, estão as culturas típicas de minifundio, como os hortofrutícolas.

Fonte: Lusa ( 13-07-2008 )
 
O regresso dos jovens à terra

Agricultura. Anunciada nova Lei do Arrendamento e banco de terras
Nos campos do Mondego, junto à povoação de Lares, Figueira da Foz, um jovem agricultor cedo encontrou a vocação e o gosto pela terra, que o levava, em criança, a fugir da escola para semear arroz. "Desde miúdo que fugia da escola e vinha para aqui. É nos campos que gosto de estar, pela liberdade que dá", diz Pedro Godinho, 29 anos. "Da minha idade sou o único aqui, vão todos para a cidade e ninguém quer saber disto."

É precisamente para travar o abandono e o envelhecimento da agricultura, onde a idade média é de mais de 55 anos, que o Governo anunciou, na quarta-feira, um pacote de medidas que pretendem incentivar os jovens a investirem na terra. A revisão da Lei do Arrendamento Rural, que deverá ir a Conselho de Ministros este mês, e a criação de bancos de terras são algumas das medidas anunciadas.

Com a actualização da lei do arrendamento rural, o Governo pretende, nomeadamente, dar a possibilidade ao dono e ao arrendatário de negociarem entre si o preço do aluguer e o tempo do contrato de arrendamento.

"Há muitos jovens agricultores que estão interessados em candidatar-se a determinados programas mas precisam de mais terras para desenvolver os seus projectos", defende Jaime Silva.

O ministro da Agricultura considera que, quando existir o banco de terras, o próprio Ministério poderá aconselhar o aluguer de determinadas terras aos jovens agricultores que se lhe dirigem com candidaturas para desenvolver projec- tos.

"Precisamos de mais jovens agricultores", disse o ministro, acrescentando que não chega ter mais 2000 jovens agricultores por cada quadro comunitário de apoio, de seis em seis anos.

Na opinião de António Campos, ex-eurodeputado do PS e hoje agricultor de sucesso, já se nota em Portugal um movimento de regresso à terra, "tal como em outros países europeus, sobretudo por parte de jovens bem qualificados". Para tal têm contribuído alguns instrumentos de incentivo.

"O Ministério da Agricultura, está a apoiar em 45% a fundo perdido os projectos que ultrapassem os 100 mil euros de investimento" e permite que vários agricultores se juntem em projectos comuns, "por forma a atingirem este montante de investimento".

O maior problema deste movimento de retorno às terras é "a pulverização da propriedade agrícola, tornando muito difícil o emparcelamento, fundamental para a rentabilidade".

Nesse sentido, António Campos defende que "o Estado devia criar um imposto crescente sobre a terra abandonada, por forma a abrir o mercado da terra".

António Campos mostra-se muito preocupado com actual subida dos preços dos alimentos e considera "criminoso" que haja terras ao abandono no nosso país. Por isso, o ex- eurodeputado entende que "o Estado devia incentivar os jovens que saem das escolas agrícolas, a criarem as suas empresas, por exemplo, disponibilizando os 50 mil hectares que possui e arrendando-os a preços razoáveis".

Os jovens agricultores, esses, queixam-se de que "as ajudas são poucas ou nenhumas", apesar da escalada dos preços dos combustíveis e dos fertilizantes. Pedro Godinho, apesar do seu amor à terra, está pouco optimista. "O meu futuro é este. Vai dando para pagar as contas, mas é muito difícil."

DN, 13-7-2008
 
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