16 julho, 2008

 

Bio


diesel



http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel

http://journeytoforever.org/pt/biodiesel_fazer.html

http://resistir.info/energia/biodiesel_port.html

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UM VERDADEIRO BARCO DO FUTURO A BIODIESEL

NYSSE ARRUDA

Ancorado na Doca de Santo Amaro, em Lisboa, o impressionante barco a motor multicasco Earthrace chama a atenção com a sua silhueta de nave espacial e a cor prateada a cobrir os seus 24 metros de comprimento. O design inédito é do arquitecto neozelandês Craig Loomes que adoptou um perfil wave piercing, uma tecnologia que permite aos cascos submergirem até sete metros na água, cortando as ondas sem perder nenhuma velocidade.

"É uma tecnologia formulada originalmente para aplicação em ferry-boats e mais recentemente utilizada em embarcações militares. Trata-se de uma proa extremamente afilada com uma reserva mínima de flutuação nas partes dianteiras do casco que minimiza o movimento vertical. Assim, a proa do barco atravessa as ondas em vez de as surfar e o resultado é uma navegação muito mais suave do que a dos designs em forma de V dos iates tradicionais", explicou detalhamente o skipper neozelandês Pete Bethune, 42 anos, líder da equipa de quatro elementos que segue a bordo do Earthrace.

Mas o aspecto mais importante desta embarcação inovadora é o facto de ser movida a biodiesel - um combustível renovável e biodegradável, obtido comummente a partir da reacção química (transesterificação) de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal. Equipado com dois motores Cummens Mercruiser QSC de 540 cavalos, o Earthrace é capaz de atingir velocidades de 40 nós (72 km/h) e prepara-se agora para tentar bater o recorde actual de circum-navegação em embarcação a motor estabelecido em 1998 pelo barco inglês Cable & Wireless, que fez esse trajecto em 75 dias. O barco neozelandês irá utilizar cerca de cem mil litros de biodiesel durante a viagem.

"Acredito que este projecto tem a grande oportunidade de chamar a atenção para o desenvolvimento da indústria europeia de biodiesel, bem como realçar o biodiesel como uma alternativa viável para o petróleo", disse ainda Bethune que pretende iniciar a circum-navegação dia 1 de Março de 1008, em Valência, Espanha.

A ideia de um mundo onde o combustível é obtido através de bases sustentáveis é o mote que o skipper quer realçar com este projecto. "Demonstrando a potência, a credibilidade e a segurança ambiental do biodiesel, o Earthrace está comprometido em transformar esta visão em realidade e esta viagem será o nosso contributo para este fim", afirmou o skipper neozelandês que também está a controlar as emissões de CO2 durante todas as actividades da campanha promocional do projecto. "Com a ajuda do projecto Andromeda, no final de cada mês nós verificamos qual foi a nossa carga de emissões de CO2 e contrabalançamos com a compra de créditos de organizações acreditadas pela UN e assim tornamos as nossas actividades positivas em relação ao ambiente", adiantou também o skipper.

Esta consciência ecológica do navegador neozelandês também se estende à opção do tipo de pintura do fundo do casco, o conhecido antifouling, normalmente tóxico para o ambiente marinho.

"Utilizámos cera no lugar da tinta, o que nos obriga a uma limpeza e reaplicação do produto todos os meses", acrescentou ciente de que este trabalho extra se reflecte positivamente no meio ambiente.

A ementa a bordo segue a mesma linha ecológica com alimentos orgânicos e produtos locais obtidos em cada escala do tour que o Earthrace está agora a completar pela Europa. "Hoje [ontem] mesmo compramos camarões a um pescador daqui e tem sido assim em todos os portos que atracamos durante o tour europeu.", comentou Bethune que já passou por várias cidades da Suécia, Dinamarca, Noruega, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Bélgica e França, somando mais de 80 mil visitantes a bordo, antes de rumar para o Porto e para Lisboa, onde fica até amanhã.

"Seguiremos então para Vilamoura e daí rumamos para Espanha, França e Itália, onde continuaremos a promover a ideia de que as pessoas podem ter uma vida confortável e ao mesmo tempo cuidar do meio ambiente", ressaltou o skipper dizendo que chegando a Valência, na Espanha, irá retirar o barco da água para uma revisão completa e a instalação de novos motores para então iniciar a rota de circum-navegação a partir do dia 1 de Março de 2008 no porto espanhol.

DN, 13-11-2007
 
Recorde da volta ao mundo batido com biodiesel português

FILOMENA MARTINS

Barco a motor 'Earthrace' fez a circum-navegação em apenas 60 dias
À chegada, houve um pedido de casamento e o anúncio de uma gravidez
Dois triunfos num só. O barco futurista Earthrace bateu ontem o recorde mundial da volta ao mundo em embarcações a motor, um percurso de 25 mil milhas que cumpriu em sessenta dias, retirando precisamente duas semanas ao anterior máximo - 75 dias - estabelecido há dois anos pelo iate inglês Cable Wireless. E, num dia em que o barril de petróleo bateu também ele novos recordes, atingiu esse feito usando, a 100%, uma energia alternativa, o biodiesel, de uma empresa portuguesa, a SGC energia, da holding do empresário João Pereira Coutinho.

Com quatro tripulantes a bordo (um deles um engenheiro de ascendência portuguesa) e dois convidados rotativos, comandado pelo skipper neozelandês Pete Benthune, o Earthrace atravessou quatro oceanos, dois canais (Panamá e Suez), e os cinco continentes, promovendo a difusão do novo carburante como forma mais veloz de navegação e amiga do ambiente. Em terra ,a equipa de apoio era de apenas quatro elementos, com outros tantos na base em Londres. Ontem, exactamente 60 dias depois da partida (às 14.30, de Valência), juntaram-se todos de novo no Porto de Valência com a respectivas famílias, para fazer a festa com champanhe e charutos. Pelo recorde e pelas boas notícias: depois de dois meses no mar houve mesmo um pedido de casamento e a alegria de estar um bebé a caminho.

"O ponto de viragem foi Singapura, depois de termos perdido o motor e termos de fazer um desvio até à Malásia para o arranjar", contava Pete à chegada ao seu principal patrocinador, João Pereira Coutinho, um velejador de renome, que pela primeira vez viu ao vivo o "brinquedo" que patrocina.

Apesar de ser impossível suportar o cheiro do interior e atravessar a desarrumação ("somos homens e foram dois meses", contou Pete), Pereira Coutinho terá tempo nos próximos dois anos, o tempo que o barco estará em Portugal (Portimão, primeiro, Lisboa, depois), onde testará novos biocombustíveis da SGC (o actual é feito à base de girassol português, soja brasileira e purgueira moçambicana), apostando noutras matérias como as algas e... o lixo.

"Tivemos imensos problemas, o maior foi no mar da Índia, por causa das monções, aí o pessoal já nem puxava o autoclismo nem lavava a louça naquele centímetro de água do lava-louças para não entornar, pensei que iam desistir", contava o skipper, que logo acrescentou mais um pormenor para agradar ao patrocinador: "Também tivemos problemas ao largo da América do Sul, onde a empresa portuguesa não conseguia entregar o biodiesel. Experimentámos outro e o barco parou, só queremos o português."

O patrocínio foi conseguido na escala técnica que o barco fez em Novembro do ano passado em Portugal e trouxe resultados à SCG e aos aventureiros. "Se fosse o Richard Branson, ninguém se calaria", lamentava João Pereira Coutinho quanto ao impacto internacional do novo recorde.

A jornalista viajou a convite da SCG

DN, 28-6-2008
 
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