21 julho, 2008

 

Ciúme


Amor doente ?




http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme

http://pt.wikiquote.org/wiki/Ci%C3%BAme


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Quando o ciúme passa do amor à doença

SARA GAMITO

Apesar de ser muitas vezes visto como demonstração de amor, o ciúme pode ser responsável por divórcios e violência doméstica, chegando mesmo a motivar o suicídio. De acordo com um estudo britânico, este sentimento será mesmo responsável por 17% dos homicídios no Reino Unido

Quando o ciúme passa do amor à doença

Os parceiros sofrem várias agressões, tanto físicas como verbais
Quando, há mais de 40 anos, a irmã a convenceu a casar-se com Júlio, Clara (nomes fictícios) nunca pensou que o ciúme transformasse o marido em carcereiro. Impedida de trabalhar e de sair de casa sem ser para ir às compras, Clara sofreu agressões físicas e verbais e ainda hoje, com 60 anos, não pensa em sorrir a outro homem.

O ciúme é muitas vezes visto como uma forma de expressar amor e preocupação e até há 30 anos não havia ainda a denúncia de um ciúme que magoa e que nem sempre é sinal de paixão.

Contrariamente ao que normalmente se pensa, " o ciúme não é necessariamente um sinal de amor. É tão ligado à posse que o ciumento pode matar o seu objecto amado", refere o psicólogo e sexólogo José Pacheco.

A este ciúme, que se distancia do dito "ciúme normal", chama-se ciúme mórbido ou patológico. Enquanto o ciúme normal advém de uma causa específica, podendo ser desconstruído, o ciúme patológico define-se enquanto um conjunto de emoções e pensamentos irracionais, associados a um comportamento extremo e inaceitável, em que a preocupação dominante do indivíduo é a infidelidade do parceiro, baseada em provas infundadas.

O comportamento de Júlio não foge a esta definição. Desde que casou, preencheu a vida da mulher com terror, ameaças e controlo. Apesar de nunca ter sido infiel ao marido, Clara não tem autorização para pintar ou deixar crescer o cabelo. De cada vez que estende a roupa e, por acaso, passa um vizinho na rua, Júlio desenvolve a crença inamovível de que se trata de um amante da mulher.

Sendo um sentimento tão comum, muitos traços do ciúme patológico passam despercebidos, até mesmo quando se transformam em violência física e psicológica.

Como afirma José Pacheco, "uma das características que a pessoa com ciúme patológico acaba por ter é andar sempre a espiolhar o telemóvel do outro, a carteira, etc.". A verificação da suposta infidelidade é constante e pode mesmo chegar ao exame do corpo do parceiro, às perseguições e às agressões que buscam obter uma confissão.

Não se sabe até que ponto o ciúme motiva casos de violência doméstica, mas, de acordo com um estudo britânico, este será responsável por 17% dos homicídios cometidos no Reino Unido.

Presente tanto em homens como em mulheres, o ciúme patológico pode apresentar várias aspectos. Os especialistas distinguem dois grandes grupos: o delírio de ciúme e o ciúme obsessivo. No primeiro caso, o sujeito nunca põe em dúvida que o seu parceiro lhe é infiel, sustentando esta crença numa narrativa absurda .

Já no ciúme obsessivo, dá-se a verificação compulsiva da fidelidade do parceiro, mas o ciumento enfrenta dúvidas quanto à sua própria suspeita.

DN, 6-7-2008
 
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