21 julho, 2008

 

Espécies


em vias de de extinção



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Salto para a sobrevivência

MARIANA CORREIA DE BARROS

Um terço dos anfíbios está em vias de extinção; 120 espécies já desapareceram. O alarme foi lançado e cientistas de todo o mundo uniram-se numa campanha para salvar as espécies mais em perigo. O Zoo de Lisboa está a reproduzir algumas espécies em cativeiro para a sua futura reintrodução

Os anfíbios são as espécies mais ameaçadas

Desde que surgiram na Terra, há 360 milhões de anos, que os anfíbios não enfrentavam tão grande ameaça à sua sobrevivência - as alterações climáticas, a perda de habitat e um fungo estão a dizimar as populações de rãs, sapos e salamandras a um ritmo alarmante. Das 5918 espécies existentes, 120 estão já extintas e entre um terço a metade estão em risco de desaparecer. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) não cruzou os braços, e lançou um apelo aos zoos e aquários de todo o mundo para que ajudem a preservar as espécies através de programas de reprodução. Surgiu, assim, o Plano de Acção para Conservação de Anfíbios (ACAP), para actuar no habitat natural, e a Arca dos Anfíbios (Aark), para acções em cativeiro.

Portugal não ficou de fora. "O Jardim Zoológico de Lisboa está a trabalhar para garantir a reprodução de algumas espécies, de forma a devolvê- -las depois ao seu habitat natural", explica Susana Silva, tratadora do reptilário do jardim. Para isso, é preciso em primeiro lugar "adaptá-las às novas instalações, imitar as condições do seu ambiente natural e mais tarde recriar a época das chuvas (quando grande parte dos anfíbios se reproduzem) através de duches e esponjas húmidas para obter bastante humidade", conta Susana Silva.

Por exemplo, "as rãs terrestres estão neste momento num aquário apenas com terra e paus e mais tarde vão ser colocadas num aquário maior com bastante água e menos terra, onde vão passar por todo o processo de condições climatéricas para poderem acasalar". Estas rãs e outros anfíbios foram trazidos pela Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), em Abril deste ano, que está a trabalhar em conjunto com as entidades a nível mundial neste ano de 2008 - o Ano dos Anfíbios. No Zoo de Lisboa não existem espécies portuguesas, mas sim outras oriundas de várias zonas geográficas, como a rã-tomate e a leitosa.

Um pouco por toda a Europa têm surgido iniciativas de sensibilização para que as pessoas tomem consciência deste problema grave. Exposições, actividades lúdicas ou concursos (por exemplo em Kazan, na Rússia, foram realizados um concurso de bonecos de neve em forma de sapos para chamar a atenção da população), tudo serve para travar esta ameaça.

Passos simples como "reciclar, não depositar os óleos nos canos, não comprar anfíbios para ter em casa e outras regras de preservação do meio ambiente" podem ajudar a preservar as espécies. A tratadora do reptilário fala do "grande problema da quitridiomicose (Batrachochytrium dendrobatidis), uma doença provocada por uma rã africana (rã-com-garras-africana) que começou a correr o mundo através do comércio ilegal, ou para experiências em laboratório, que veio contaminar outras rãs sem imunidade contra esse vírus. Curioso é que se trata de uma rã com importantes propriedades para a medicina, já usa- da pelos egípcios para fazer testes de fertilidade". O fungo não pode ser detido ou tratado na natureza, até mesmo em áreas protegidas. No entanto, estão a ser feitos estudos para encontrar uma solução para o problema (ver caixa). Nos ambientes onde o fungo ataca pode levar ao desaparecimento de 80% das espécies nativas em poucos meses. As mudanças climáticas e as temperaturas mais quentes, que secam as zonas húmidas habitadas por anfíbios levam tam- bém a uma maior susceptibilidade à doença.

A par dos programas de cativeiro e de sensibilização ao público, o plano passa também por angariar fundos para implementar a conservação e criar parcerias entre jardins zoológicos, aquários, jardins botânicos, instituições públicas ou privadas para assegurar nos próximos anos a sobrevivência dos anfíbios. No Jardim Zoológico de Lisboa foi lançada a 15 de Abril a campanha "Dê mão à conservação". Os visitantes são convidados a colar uma mão e deixar uma mensagem numa tela gigante juntamente com a contribuição simbólica de um euro. Todos os dias é realizado um encontro com o tratador destas espécies, está presente uma exposição sobre a extinção dos anfíbios e ainda há um grande esforço de vendas e merchandising relacionados com a campanha, a reverter para o fundo de conservação.

Os anfíbios estão divididos em três grupos principais: anura (sapos e rãs), caudata (salamandras e tritões) e gymnophiona (cecílias). Os sapos e rãs são o grupo com maior número de espécies conhecidas (5211), das quais 1675 estão ameaçadas; das 535 espécies de salamandras e tritões 251 estão em risco. As cecílias são as menos ameaçadas, com apenas cinco das 172 espécies em perigo.

DN, 6-7-2008
 
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