11 julho, 2008

 

Mieloma múltiplo


Um cancro do sangue



http://pt.wikipedia.org/wiki/Mieloma_m%C3%BAltiplo

http://www.abrale.org.br/doencas/mieloma/
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D185%26cn%3D1455
http://www.apcl.pt/PresentationLayer/ctexto_01.aspx?ctextoid=107&ctlocalid=9

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Sobrevivência a cancro do sangue duplicou em 10 anos

DIANA MENDES

A jornalista viajou a convite da Celgene

O mieloma múltiplo, segundo tipo de cancro do sangue mais frequente em Portugal, afecta 400 portugueses por ano. Ainda se desconhecem as causas desta doença, mas a progressiva introdução de novos medicamentos e combinações de tratamentos está a garantir uma evolução positiva

Muitos doentes vivem mais de 15 anos com a doença

Os doentes com mieloma múltiplo, o segundo cancro do sangue mais frequente em Portugal, vivem o dobro do que viviam há dez anos. De acordo com António Parreira, presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia, "entre 60% a 70% dos doentes sobrevivem mais de cinco ou seis anos, quando antes não passavam a barreira dos três anos. Isto significa que, na prática clínica, já temos muitos doentes a viverem mais de 15 anos com a doença", afirma ao DN.

Esta doença hematológica, que ainda não tem causas definidas e que afecta 400 portugueses por ano, continua a não ter cura, mas a progressiva introdução de novos medicamentos e combinações de tratamentos está a garantir uma evolução positiva. "Há dez anos não havia alternativas de tratamento. Geralmente, eram usadas terapias de alta dose à base de cortisona", sublinha. José Eduardo Guimarães, director do serviço de hematologia do Hospital de São João, salienta os bons resultados "dos transplantes de medula do próprio doente (autólogos) em pessoas mais novas e que podem ser feitos mais do que uma vez, prolongando a sobrevivência".

O mieloma múltiplo caracteriza-se por uma produção anormal de células malignas por parte da medula óssea, os plasmócitos, que produzem anticorpos ineficazes e que activam células que vão corroendo os ossos. O processo pode demorar meses ou anos, até que "dores ósseas e queixas de enfraquecimento levam o doente ao médico", explica António Parreira. O médico e professor dá o exemplo frequente de doentes que saltam um degrau e que partem várias vértebras; "outros, partem uma costela simplesmente por se virarem na cama durante a noite. Outras queixas recorrentes são a anemia, perda de peso e apetite, mas também infecções que pela sua gravidade deixam de ser banais. A isto junta-se episódios de insuficiência renal", refere.

Estes sintomas surgem quando a doença já está em fase avançada, diminuindo as hipóteses de um prognóstico positivo. Apesar de tudo, a realização mais habitual de análises ao sangue tem contribuído para diagnos- ticar muitos casos precocemente, frisa o especialista. E defende que é possível e "desejável que os doentes vivam normalmente, apesar de terem de definir cuidados especiais com o seu médico".

Sobrevivência duplica

A doença do foro hematológico possui agora novas alternativas de tratamento como a talidomida - aprovada como tratamento de primeira linha em Maio - e a lenalidomida, que está aprovada pela entidade reguladora europeia. Estudos recentes e apresentados durante o Congresso da Sociedade Europeia de Hematologia, realçaram importantes resultados relacionados com a lenalidomida, não só como tratamento de segunda linha, após um ou mais tratamentos prévios, mas também de primeira linha.

O investigador principal do ensaio clínico relacionado com a lenalidomida como tratamento de segunda linha, M. Dimopoulos, explica que "o novo fármaco é da família da talomida, mas é mais potente e com menos efeitos adversos", realça, tendo efeitos benéficos em 75% dos doentes.

No estudo publicado no New England Journal of Medicine, os doentes tratados com lenalidomida e dexametasona tiveram uma resposta parcial de 60,2% contra os 42% resultantes do tratamento apenas com dexametasona. Além disso, 15% tiveram um remissão completa (ausência de sinais da doença). No caso da talidomida, os efeitos apenas se revelaram em 30% dos doentes que reincidiram. Esta terapia, porém, não é isenta de efeitos adversos, especialmente hematológicos como a neutropenia (redução de glóbulos brancos), trombose e anemia.

José Eduardo Guimarães é da opinião que este tratamento pode vir a ser "aplicado em novos doentes". E já há estudos a comprovar a eficácia. Keith Stewart, da Mayo Clinic, referiu que a combinação de lenalidomida com dexametasona em doses mais reduzidas teve efeitos "muito positivos, já que 91% dos doentes sobreviveram além dos três anos".

DN, 15-6-2008
 
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