16 julho, 2008
MRP
Margarida Rebelo Pinto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Margarida_Rebelo_Pinto
http://margarida.clix.pt/
http://margaridarebelopinto.com.sapo.pt/
http://www.pensador.info/autor/Margarida_Rebelo_Pinto/
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'DESEJO TER UMA FILHA'
JOÃO CÉU E SILVA
Margarida Rebelo Pinto. Depois de ter escrito 'Pessoas como Nós', a autora considera que este é o seu livro mais trabalhado.
Em 'Português Suave', existem novos cenários, alguma inspiração na própria vida que a cerca, mas muita ficção
Na primeira linha da sua biografia, diz que "tem uma enorme paixão pela escrita". Com um milhão de livros vendidos, mantém-se a paixão ou está em piloto automático?
Enquanto paixão, está cada vez mais forte, porque cada romance é mais difícil de escrever. Eu tento sempre fazer qualquer coisa diferente em relação aos anteriores e invisto muito tempo a pensar o que é que eu posso fazer para que seja um bocadinho diferente do que fiz. Portanto, a paixão está cada vez mais viva e mais profunda. E, como o António Lobo Antunes me avisou há uns anos, a escrita é uma droga dura. Eu, na altura, disse-lhe que ele era muito negativo e via o mundo todo negro, mas ele respondeu-me: "A menina vai ver." E eu agora estou a ver que é mesmo uma droga muito dura.
Ele ensinou-lhe algum truque especial para aguentar esta vida?
Ensinou-me uma coisa extraordinária, não como escritora mas como entrevistada. Quando eu não quisesse responder a uma pergunta, respondia ao lado e o que apetecesse.
Este Português Suave deu-lhe prazer?
Muito prazer. Teve um arranque difícil, porque estive demasiado tempo sem escrever - faltei a alguns treinos - e tinha três romances em cima da mesa! Este teria sido o último a escolher, mas numa conversa muito esclarecedora com o António Lobato Faria, que além de ser o meu editor enquanto Oficina do Livro, apoia-me, orienta, esclarece e ajuda. Fez-me decidir pelo projecto no qual tinha investido menos. E o início foi muito difícil, porque eu estava a viajar muito, mas a partir do meio eu senti que estava a passar do comboio do Tua para o TGV e nunca mais parei. A Margarida foi "comprada" pela Leya
O contrato ainda não foi assinado. A Leya assinou um contrato de promessa de compra e venda para a aquisição das editoras que fazem parte do grupo, mas ainda não aconteceu.
Mas aceita essa transferência?
Sim, onde estiver o António eu estarei. O António é a Oficina do Livro e a Oficina do Livro é o António. Há uma coisa muito importante, é que em Portugal há editores que não sabem de gestão e há gestores que não sabem de edição, e ele sabe muito das duas coisas.
E o grupo Leya vai continuar a tratá-la bem?
Não terá outro remédio. É do interesse deles.
O que acha desta concentração de editoras?
Acho que é bom para negociar as margens com a distribuição, desde que os autores sejam respeitados e os editores percebam que os primeiros clientes são os autores e não os números.
E isso acontecerá?
Não sei. Não faço previsões, não sou a Maya. Tive um contacto breve com eles, disse-lhes o que é que pensava do mercado editorial. Tem muitos segredos e se pensarmos que há dez anos era um mercado que praticamente não existia...
Este livro tem muito de autobiográfico. Uma das personagens até tem um AVC!
Eu fiz com este livro o que faço em todos os romances, aproveitei momentos e situações específicas que têm a ver com a realidade para os transpor para uma personagem. O AVC foi uma experiência intensa e assustadora - embora no momento não tenha sentido medo - que me fez pensar profundamente. Como gosto de jogar às escondidas com os meus leitores, coloco a realidade muitas vezes como ficção e vice-versa.
Acreditou que podia ter um desenlace fatal?
Não, nunca tive medo e achei sempre que não ia morrer. Mas não morri porque fui tratada a tempo ou podia ter morrido. Tive uma artéria cervical entupida durante três horas e se estivesse de férias na Tailândia provavelmente morria.
Voltando ao autobiográfico. Há neste livro muito da sua própria vida e de sentimentos?
Há sempre.
Mais do que nos anteriores?
Não! Os outros são igualmente autobiográficos. Eu espelho sempre os meus medos, traumas e as obsessões mais profundas. Eu sou aquelas cinco mulheres, mas há personagens que não têm a ver comigo, é sempre uma brincadeira séria que eu faço entre o que é real e o que é ficcional.
A capa tem uma fotografia da praia do Tamariz nos anos 30. Gostava de ter vivido então?
Gostava muito, mas ter-me-ia certamente dado mal. Como eu digo no livro, mandava o pai, mandava o patrão e mandava o padre e eu teria tido problemas de autoridade, porque eu sou um macho alfa. Mas é uma época que tem muito glamour e muito mistério para mim.
Disse que já tinha vivido metade da vida. Acha que já escreveu metade da obra?
Há muito mais! Ainda não vou nem a um terço da minha obra.
Este livro mudou a sua visão da política?
Sim, até quando eu falo do O'Neill já não falo de quando ele fala do amor, já falo do O'Neill com a sua visão crítica. Com a idade, vamos ganhando várias coisas e uma delas foi uma visão mais abrangente do que é o meu país. É um menino mimado que foi superprotegido pelos pais, escapa à II Guerra Mundial, mas a falta de informação asfixiou as pessoas e anestesiou-as. Portugal esquece-se da Europa e a Europa de Portugal.
Foi fácil fazer o retrato das várias épocas?
Foi apaixonante, falei com muitas pessoas, li e vi muitos programas, como o do António Barreto.
Nota-se uma internacionalização dos cenários. É um piscar de olhos ao estrangeiro?
Não pensei nisso quando escrevi o livro. No caso do Thomas, é profundamente holandês, o Constantine é um apátrida...
Thomas também é algo de autobiográfico?
Só um bocadinho.
Não tem 24 anos?
Não tem cabelo aos caracóis!
Está mais feliz do que há dois anos. Tem a ver com quem inspirou o "Thomas"?
Estou mais feliz e na melhor fase emocional de toda a minha vida e todos os diferentes aspectos dela se harmonizaram. Tudo corre muito bem.
Então, tem a ver com o "Thomas"...
Demorei 42 anos a encontrá-lo, mas já o encontrei. Sou uma mulher com sorte, posso viver o resto da minha vida com ele.
Uma das personagens pega na colecção dos livros da Anita e oferece à Ritinha. Porquê?
Porque a personagem gostava muito de ter uma filha e transfere para as sobrinhas o desejo de ter uma filha. Completamente autobiográfico.
Então, vamos ter aí uma surpresa?
Não sabemos. Não sabemos (risos) Eu gosto muito de ser mãe e todos os dias gosto cada vez mais de ser mãe.
Ter uma filha aos 43 anos exige coragem...
Não é complicado tentar, o que é complicado é conseguir! Eu tenho sentimentos ambivalentes em relação a isso e tanto pode acontecer como não acontecer.
As primeiras cem páginas do seu livro têm mais força que as seguintes. Porquê?
Há muita introspecção
Renega o seu primeiro livro, o Sei Lá?
Não, vejo-o à luz da ingenuidade porque no primeiro livro nós não temos nada a perder.
Mas vendeu 200 mil exemplares?
Porque foi uma pedrada no charco, falava da nossa época e as pessoas identificaram-se. Foi uma coisa que eu nem sequer me apercebi de que estava a fazer embora tenha tido a percepção de que era algo diferente. Até o título era muito arrojado para a época, tal como começo: "O que mais me chateia é quando se perde a ponta." É, de facto, um livro arrojado. O primeiro livro é como o primeiro amor, tem uma ingenuidade e uma candura própria que depois se perdem.
Esse livro assustou muitos escritores!
Ainda bem, mas o que é importante é que os escritores portugueses estejam sempre no topo.
Foi das poucas que sobreviveram à moda?
Porque fui eu que criei a moda e porque não é uma moda. Se calhar é um traço de autenticidade que eu acho que há na minha escrita. Há uma diferença entre ser escritora e escrever umas coisas, não é? Ser escritor dá muito trabalho!
Com o segundo romance, Miguel Sousa Tavares disse que finalmente se sentia escritor. O que é que acha desta afirmação?
Eu percebo perfeitamente o que ele diz, porque eu só me senti assim no Pessoas como Nós. O sucesso pode pesar nas costas e tornar-se num bicho assustador e a percepção de que tudo aquilo que fazemos terá uma grande repercussão pode ser um factor inibidor. Nisso eu tenho muito mais sorte do que o Miguel, porque sou muito mais nova e muito menos mediática.
Já leu os livros dele? O que é que achou?
Já li. Eu gosto da escrita do Miguel mas acho que - como é que eu hei-de dizer isto? - o Miguel é um bom contador de histórias mas é um bocadinho estereotipado. Tem uma escrita eficaz mas é como o José Rodrigues dos Santos, às vezes falta-lhes ali um bocado de alma. São muito correctos a escrever, racionalmente é tudo bem construído, mas eu gosto de sentir o sangue a passar pelas veias dos personagens. E nem todos os homens conseguem isso! Na [Marguerite] Yourcenar, coexistiam as duas realidades, a masculina e a feminina, e pensava como um homem e sentia como uma mulher e escrevia como ninguém.
Falando de homens e mulheres. Nos outros livros, os homens atazanavam mais as mulheres e as mulheres eram mais cabras umas para as outras. O que mudou?
Talvez tenha mudado. É que agora eu acho que as mulheres têm mais mão nos homens. O que é uma coisa boa para eles e para elas.
DN, 28-6-2008
JOÃO CÉU E SILVA
Margarida Rebelo Pinto. Depois de ter escrito 'Pessoas como Nós', a autora considera que este é o seu livro mais trabalhado.
Em 'Português Suave', existem novos cenários, alguma inspiração na própria vida que a cerca, mas muita ficção
Na primeira linha da sua biografia, diz que "tem uma enorme paixão pela escrita". Com um milhão de livros vendidos, mantém-se a paixão ou está em piloto automático?
Enquanto paixão, está cada vez mais forte, porque cada romance é mais difícil de escrever. Eu tento sempre fazer qualquer coisa diferente em relação aos anteriores e invisto muito tempo a pensar o que é que eu posso fazer para que seja um bocadinho diferente do que fiz. Portanto, a paixão está cada vez mais viva e mais profunda. E, como o António Lobo Antunes me avisou há uns anos, a escrita é uma droga dura. Eu, na altura, disse-lhe que ele era muito negativo e via o mundo todo negro, mas ele respondeu-me: "A menina vai ver." E eu agora estou a ver que é mesmo uma droga muito dura.
Ele ensinou-lhe algum truque especial para aguentar esta vida?
Ensinou-me uma coisa extraordinária, não como escritora mas como entrevistada. Quando eu não quisesse responder a uma pergunta, respondia ao lado e o que apetecesse.
Este Português Suave deu-lhe prazer?
Muito prazer. Teve um arranque difícil, porque estive demasiado tempo sem escrever - faltei a alguns treinos - e tinha três romances em cima da mesa! Este teria sido o último a escolher, mas numa conversa muito esclarecedora com o António Lobato Faria, que além de ser o meu editor enquanto Oficina do Livro, apoia-me, orienta, esclarece e ajuda. Fez-me decidir pelo projecto no qual tinha investido menos. E o início foi muito difícil, porque eu estava a viajar muito, mas a partir do meio eu senti que estava a passar do comboio do Tua para o TGV e nunca mais parei. A Margarida foi "comprada" pela Leya
O contrato ainda não foi assinado. A Leya assinou um contrato de promessa de compra e venda para a aquisição das editoras que fazem parte do grupo, mas ainda não aconteceu.
Mas aceita essa transferência?
Sim, onde estiver o António eu estarei. O António é a Oficina do Livro e a Oficina do Livro é o António. Há uma coisa muito importante, é que em Portugal há editores que não sabem de gestão e há gestores que não sabem de edição, e ele sabe muito das duas coisas.
E o grupo Leya vai continuar a tratá-la bem?
Não terá outro remédio. É do interesse deles.
O que acha desta concentração de editoras?
Acho que é bom para negociar as margens com a distribuição, desde que os autores sejam respeitados e os editores percebam que os primeiros clientes são os autores e não os números.
E isso acontecerá?
Não sei. Não faço previsões, não sou a Maya. Tive um contacto breve com eles, disse-lhes o que é que pensava do mercado editorial. Tem muitos segredos e se pensarmos que há dez anos era um mercado que praticamente não existia...
Este livro tem muito de autobiográfico. Uma das personagens até tem um AVC!
Eu fiz com este livro o que faço em todos os romances, aproveitei momentos e situações específicas que têm a ver com a realidade para os transpor para uma personagem. O AVC foi uma experiência intensa e assustadora - embora no momento não tenha sentido medo - que me fez pensar profundamente. Como gosto de jogar às escondidas com os meus leitores, coloco a realidade muitas vezes como ficção e vice-versa.
Acreditou que podia ter um desenlace fatal?
Não, nunca tive medo e achei sempre que não ia morrer. Mas não morri porque fui tratada a tempo ou podia ter morrido. Tive uma artéria cervical entupida durante três horas e se estivesse de férias na Tailândia provavelmente morria.
Voltando ao autobiográfico. Há neste livro muito da sua própria vida e de sentimentos?
Há sempre.
Mais do que nos anteriores?
Não! Os outros são igualmente autobiográficos. Eu espelho sempre os meus medos, traumas e as obsessões mais profundas. Eu sou aquelas cinco mulheres, mas há personagens que não têm a ver comigo, é sempre uma brincadeira séria que eu faço entre o que é real e o que é ficcional.
A capa tem uma fotografia da praia do Tamariz nos anos 30. Gostava de ter vivido então?
Gostava muito, mas ter-me-ia certamente dado mal. Como eu digo no livro, mandava o pai, mandava o patrão e mandava o padre e eu teria tido problemas de autoridade, porque eu sou um macho alfa. Mas é uma época que tem muito glamour e muito mistério para mim.
Disse que já tinha vivido metade da vida. Acha que já escreveu metade da obra?
Há muito mais! Ainda não vou nem a um terço da minha obra.
Este livro mudou a sua visão da política?
Sim, até quando eu falo do O'Neill já não falo de quando ele fala do amor, já falo do O'Neill com a sua visão crítica. Com a idade, vamos ganhando várias coisas e uma delas foi uma visão mais abrangente do que é o meu país. É um menino mimado que foi superprotegido pelos pais, escapa à II Guerra Mundial, mas a falta de informação asfixiou as pessoas e anestesiou-as. Portugal esquece-se da Europa e a Europa de Portugal.
Foi fácil fazer o retrato das várias épocas?
Foi apaixonante, falei com muitas pessoas, li e vi muitos programas, como o do António Barreto.
Nota-se uma internacionalização dos cenários. É um piscar de olhos ao estrangeiro?
Não pensei nisso quando escrevi o livro. No caso do Thomas, é profundamente holandês, o Constantine é um apátrida...
Thomas também é algo de autobiográfico?
Só um bocadinho.
Não tem 24 anos?
Não tem cabelo aos caracóis!
Está mais feliz do que há dois anos. Tem a ver com quem inspirou o "Thomas"?
Estou mais feliz e na melhor fase emocional de toda a minha vida e todos os diferentes aspectos dela se harmonizaram. Tudo corre muito bem.
Então, tem a ver com o "Thomas"...
Demorei 42 anos a encontrá-lo, mas já o encontrei. Sou uma mulher com sorte, posso viver o resto da minha vida com ele.
Uma das personagens pega na colecção dos livros da Anita e oferece à Ritinha. Porquê?
Porque a personagem gostava muito de ter uma filha e transfere para as sobrinhas o desejo de ter uma filha. Completamente autobiográfico.
Então, vamos ter aí uma surpresa?
Não sabemos. Não sabemos (risos) Eu gosto muito de ser mãe e todos os dias gosto cada vez mais de ser mãe.
Ter uma filha aos 43 anos exige coragem...
Não é complicado tentar, o que é complicado é conseguir! Eu tenho sentimentos ambivalentes em relação a isso e tanto pode acontecer como não acontecer.
As primeiras cem páginas do seu livro têm mais força que as seguintes. Porquê?
Há muita introspecção
Renega o seu primeiro livro, o Sei Lá?
Não, vejo-o à luz da ingenuidade porque no primeiro livro nós não temos nada a perder.
Mas vendeu 200 mil exemplares?
Porque foi uma pedrada no charco, falava da nossa época e as pessoas identificaram-se. Foi uma coisa que eu nem sequer me apercebi de que estava a fazer embora tenha tido a percepção de que era algo diferente. Até o título era muito arrojado para a época, tal como começo: "O que mais me chateia é quando se perde a ponta." É, de facto, um livro arrojado. O primeiro livro é como o primeiro amor, tem uma ingenuidade e uma candura própria que depois se perdem.
Esse livro assustou muitos escritores!
Ainda bem, mas o que é importante é que os escritores portugueses estejam sempre no topo.
Foi das poucas que sobreviveram à moda?
Porque fui eu que criei a moda e porque não é uma moda. Se calhar é um traço de autenticidade que eu acho que há na minha escrita. Há uma diferença entre ser escritora e escrever umas coisas, não é? Ser escritor dá muito trabalho!
Com o segundo romance, Miguel Sousa Tavares disse que finalmente se sentia escritor. O que é que acha desta afirmação?
Eu percebo perfeitamente o que ele diz, porque eu só me senti assim no Pessoas como Nós. O sucesso pode pesar nas costas e tornar-se num bicho assustador e a percepção de que tudo aquilo que fazemos terá uma grande repercussão pode ser um factor inibidor. Nisso eu tenho muito mais sorte do que o Miguel, porque sou muito mais nova e muito menos mediática.
Já leu os livros dele? O que é que achou?
Já li. Eu gosto da escrita do Miguel mas acho que - como é que eu hei-de dizer isto? - o Miguel é um bom contador de histórias mas é um bocadinho estereotipado. Tem uma escrita eficaz mas é como o José Rodrigues dos Santos, às vezes falta-lhes ali um bocado de alma. São muito correctos a escrever, racionalmente é tudo bem construído, mas eu gosto de sentir o sangue a passar pelas veias dos personagens. E nem todos os homens conseguem isso! Na [Marguerite] Yourcenar, coexistiam as duas realidades, a masculina e a feminina, e pensava como um homem e sentia como uma mulher e escrevia como ninguém.
Falando de homens e mulheres. Nos outros livros, os homens atazanavam mais as mulheres e as mulheres eram mais cabras umas para as outras. O que mudou?
Talvez tenha mudado. É que agora eu acho que as mulheres têm mais mão nos homens. O que é uma coisa boa para eles e para elas.
DN, 28-6-2008
Sócrates assusta-a
JOÃO CÉU E SILVA
A autora que mais assustou os homens da escrita com o seu inesperado sucesso está de volta com 'Português Suave'. Um romance mais político, sem esquecer sexo e amor quanto baste
A Margarida está com livro novo! Um Português pouco Suave em que aproveita para fazer um ajuste de contas com os homens ao retratar três gerações de mulheres que sofreram com o machismo e a ditadura. Está também mais política, tanto que enfia Che Guevara, Salazar e outros "ícones" nas páginas para também acertar contas com eles.
Em entrevista ao DN, Rebelo Pinto falou do seu livro e de algumas intimidades e até comentou a novidade da época política: Manuela Ferreira Leite. E, com mais alguma insis- tência, confessou o que pensa de José Sócrates e dos homens que fazem política em Portugal. São poucos os que admira - Mota Amaral, Cavaco Silva e a mais recente líder do PSD.
Quanto se lhe pergunta se acha que Manuela Ferreira Leite vai assustar os homens políticos, a resposta é imediata: "Eu acho que quem tiver medo de Manuela Ferreira Leite não tem tomates. Pode ser uma boa triagem para os políticos nacionais. Não consigo entender porque é que os homens, ao verem mulheres fortes e inteligentes, sentem ameaça. Eu fui criada numa família em que o homem da casa tinha uma profunda admiração por ter uma mulher com essas características!"
Mas não é com a mulher do PSD que Margarida se preocupa: "Tenho muito mais medo do Sócrates do que da Manuela Ferreira Leite." Porquê? "Para mim, Sócrates não tem uma ideia clara do que quer para Portugal e Ferreira Leite tem. E isso muda tudo!"
A autora continua sem se inscrever em partidos e sem apoiar publicamente movimentos ou figuras políticas: "Mantenho-me à margem, como sempre, até porque percebo muito pouco de política e não gosto de falar do que não sei. Só daquilo que conheço." Ao insistir-se, responde apenas: "É o primeiro-ministro de Portugal. Virão outros."
DN, 28-6-2008
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JOÃO CÉU E SILVA
A autora que mais assustou os homens da escrita com o seu inesperado sucesso está de volta com 'Português Suave'. Um romance mais político, sem esquecer sexo e amor quanto baste
A Margarida está com livro novo! Um Português pouco Suave em que aproveita para fazer um ajuste de contas com os homens ao retratar três gerações de mulheres que sofreram com o machismo e a ditadura. Está também mais política, tanto que enfia Che Guevara, Salazar e outros "ícones" nas páginas para também acertar contas com eles.
Em entrevista ao DN, Rebelo Pinto falou do seu livro e de algumas intimidades e até comentou a novidade da época política: Manuela Ferreira Leite. E, com mais alguma insis- tência, confessou o que pensa de José Sócrates e dos homens que fazem política em Portugal. São poucos os que admira - Mota Amaral, Cavaco Silva e a mais recente líder do PSD.
Quanto se lhe pergunta se acha que Manuela Ferreira Leite vai assustar os homens políticos, a resposta é imediata: "Eu acho que quem tiver medo de Manuela Ferreira Leite não tem tomates. Pode ser uma boa triagem para os políticos nacionais. Não consigo entender porque é que os homens, ao verem mulheres fortes e inteligentes, sentem ameaça. Eu fui criada numa família em que o homem da casa tinha uma profunda admiração por ter uma mulher com essas características!"
Mas não é com a mulher do PSD que Margarida se preocupa: "Tenho muito mais medo do Sócrates do que da Manuela Ferreira Leite." Porquê? "Para mim, Sócrates não tem uma ideia clara do que quer para Portugal e Ferreira Leite tem. E isso muda tudo!"
A autora continua sem se inscrever em partidos e sem apoiar publicamente movimentos ou figuras políticas: "Mantenho-me à margem, como sempre, até porque percebo muito pouco de política e não gosto de falar do que não sei. Só daquilo que conheço." Ao insistir-se, responde apenas: "É o primeiro-ministro de Portugal. Virão outros."
DN, 28-6-2008
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