10 julho, 2008

 

Sexo


indefinido



http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo

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Nascem 20 bebés por ano com sexo indefinido

HELENA NEVES

Nem sempre se pode ver se é menino ou menina no momento do nascimento

Desenvolvimento sexual atípico tem solução cirúrgica em Portugal

A simples pergunta "É menina ou menino?" nem sempre tem uma resposta imediata. A dificuldade baseia-se no facto de, anualmente, uma em cada 4500 crianças nascer sem o sexo definido, um "trauma" para os pais bem conhecido dos médicos.

Quando um bebé nasce pode ter um aspecto masculino mas não ter os testículos na bolsa ou ter um pénis que não se formou normalmente porque o orifício (uretra) não se desenvolveu. Há outros casos em que a criança tem um clítoris maior do que aquilo que seria de esperar e os pequenos lábios não se abriram, não se sabendo se é uma menina em que o clítoris cresceu muito ou um menino em que o pénis não se desenvolveu normalmente.

Estes casos são alguns dos exemplos das doenças do desenvolvimento sexual, antigamente designadas por intersexos, que se estima que afectem cerca de 20 crianças portuguesas por ano, disse em entrevista à agência Lusa o chefe de serviço de cirurgia pediátrica do Hospital D. Estefânia, Paolo Casella.

"Quando olhamos para um bebé com estas características, a primeira coisa que temos de perceber é se ele é masculino ou feminino do ponto de vista físico e genético", explicou.Por outro lado, é importante saber se a mãe fez alguns tratamentos hormonais ou se começou a produzir hormonas masculinas devido à existência de um tumor.

"O que acontece é que a mãe está a gerar uma criança do sexo feminino, mas essa criança está a ser influenciada por hormonas do sexo masculino produzidas pela mãe ou pelo feto e a criança vai virilizar", adiantou o cirurgião.

"Dependendo dos genes e das hormonas, o embrião vai desenvolver--se em testículos ou ovários", sublinhou o médico, frisando que a maioria dos casos tem solução. Uma delas é uma cirurgia correctiva inovadora que está a ser praticada há mais de um ano em Portugal e que consiste em não retirar os corpos cavernosos que formam o pénis e escondê-los por debaixo dos grandes lábios da vagina.

"Antigamente cortava-se ou dobrava-se os corpos cavernosos, só que quando havia erecções, eram dolorosas", disse. A nova cirurgia permite à pessoa reverter, caso não se sinta de acordo com a sua identidade sexual, justificou o médico.

Paolo Casella mostrou uma das duas intervenções cirúrgicas deste tipo que realizou no Hospital D. Estefânia, em Lisboa. Tratou-se de uma menina com menos de um ano que foi virilizada e que os pais quiseram operar, porque vivem num ambiente onde as pessoas não aceitam esta situação.

Apesar de esta intervenção cirúrgica representar um passo em frente no âmbito do tratamento destas situações, o médico ressalva que "nem sempre é possível de realizar, nem sempre deve ser feita".

Este é um dos argumentos da Sociedade Norte-americana de Intersexo, que defende que a maioria das operações feitas na infância deve ser deixada para quando o jovem já é capaz de decidir sobre o que quer fazer.

Mas a precocidade da operação resulta muitas vezes da vontade dos pais e dos médicos em corrigir a situação.Para os pais é sempre um "trauma" quando são confrontados com uma situação destas e pedem aos médicos para resolver o problema o mais rapidamente possível.

"É uma emergência social", frisou Paolo Casella, afirmando que estas doenças têm de ser tratadas "precocemente" por uma equipa multidisciplinar (endocrinologista pediátrico, pediatra, geneticista, pedopsiquiatra e cirurgião). A decisão é sempre tomada em conjunto com os pais e baseada em vários exames médicos para se obter um diagnóstico mais preciso.

DN, 11-6-2008
 
Homem 'grávido' deu à luz uma menina

HELENA TECEDEIRO

Thomas Beatie nasceu mulher e manteve os órgãos femininos

Fonte hospitalar garantiu à ABC ter-se tratado de parto natural
Conhecido como o "homem grávido", Thomas Beatie deu à luz uma menina no hospital de Bend, a cidade onde vive no estado americano do Oregon. Nascido Tracy Lagondino, há dez anos este iniciou um processo de mudança de sexo, mas apesar da barba que a testosterona lhe deu Beatie manteve os órgãos reprodutores femininos, o que lhe permitiu engravidar. Apesar de não terem sido divulgados pormenores sobre o parto, uma fonte hospitalar disse ontem à televisão ABC ter decorrido de forma natural e acrescentou: "É uma bebé muito bonita".

Beatie, que teria a cesariana marcada mas terá acabado por ter a bebé de forma natural, causou polémica em Abril quando foi ao programa televisivo da famosa apresentadora americana Oprah Winfrey revelar que estava grávido. Inicialmente, todos pensaram tratar-se de um embuste, até o homem de 34 anos revelar que já fora uma mulher. Aos 24 decidira mudar de sexo e até se submeteu a uma cirurgia para remover os seios. A testosterona que começou a tomar mudou a sua aparência de tal forma que ninguém duvidaria que por baixo da sua barba ainda se escondia uma mulher.

Beatie nunca fez a operação para mudar de sexo, uma vez que ele e a companheira, Nancy, desejavam ser pais e esta não podia engravidar. Mãe de dois filhos de um primeiro casamento, a mulher de 45 anos terá sido forçada a remover o útero. Esta não foi a primeira gravidez de Beatie, que já abortara de trigémeos há algum tempo.

"Ter filhos não é um desejo masculino ou feminino. É uma necessidade humana. Sou uma pessoa e tenho direito a ter um filho biológico", dissera Beatie a Oprah Winfrey em Abril. Para concretizar o seu sonho, Beatie e Nancy recorreram a um banco de esperma e compraram uma seringa como as usadas pelos veterinários para alimentar as aves. Terá sido com esta que a própria Nancy realizou a inseminação artificial do marido, na vivenda onde ambos vivem.

Nas últimas semanas, Beatie reconheceu estar nervoso com a aproximação do parto. E declarou ao site australiano LiveNews: "Serei o pai da minha filha e Nancy será a sua mãe. Vamos ser uma família normal". Mas nem todos aceitaram bem a sua gravidez, inclusive na família da mulher.

Beatie, que tem prevista para Setembro a publicação de um livro no qual vai contar toda a história da sua estranha gravidez, terá sido filmado a abandonar o hospital de Bend, o que indicia que o parto já terá ocorrido há alguns dias. Nas imagens a que a ABC teve acesso, o homem não levava qualquer bebé parecia não ter dificuldades em andar nem a entrar num carro cuja porta lhe abriram.

DN, 4-7-2008
 
Um caso de igualdade de direitos

ISILDA SANCHES

Espanha. Um abalo para as tradições e uma vitória para as mulheres que lutam pela igualdade na aristocracia. Foram precisos 18 anos para ver reconhecido a uma mulher o direito de usar um título nobiliárquico. A decisão do Supremo Tribunal abre um precedente que revoluciona a alta sociedade espanhola

Muitas mulheres da nobreza viram ser-lhes negado o direito a suceder nos seus títulos
O assunto interessou à imprensa cor-de-rosa espanhola, mas também se tornou objecto de discussão séria pelas suas implicações políticas e sociais. Em Espanha, os títulos nobiliárquicos só podem ser usados por homens. Era pelos menos assim até aqui, pois uma sentença recente do Supremo Tribunal aplicou a Lei de Igualdade de Títulos Nobiliárquicos, criada em 2006, a um caso concreto e deixou claro que a mesma deveria ser aplicada a todos os processos desta natureza iniciados desde 2005, quando a proposta de lei original foi elaborada.

O caso é o de María Teresa Sáenz-Messía que há mais de 20 anos tentava ver-lhe reconhecido o direito de usar o título de condessa de Humanes. O título de conde de Humanes foi criado em 1625 e o seu último titular, cuja morte originou a disputa, foi Manuel Sáenz-Messía Aranda. O conde de Humanes não deixou descendência, por isso, após a sua morte, o titulo foi concedido a Joaquín José Messía y Giménez, seu sobrinho, filho do irmão mais novo do falecido, o parente do sexo masculino mais próximo por linhagem. Seis anos mais tarde, o titulo foi reclamado por María Teresa Sáenz- -Messía, irmã mais velha do falecido conde, tia do então titular por linhagem, e sem distinção de sexo, o parente mais próximo e a natural herdeira do título. A contenda judicial teve o primeiro resultado em 1997, com o tribunal a considerar que devia revogar-se o princípio da masculinidade na sucessão nobiliárquica e a atribuir o uso do título a María Teresa Sáenz- -Messía. Em 2000, um recurso para o Tribunal de Madrid anulou essa decisão e devolveu o título ao sobrinho, amparando-se numa doutrina do Tribunal Constitucional espanhol que diz que o "princípio da varonia" (masculinidade) não é contrário à constituição. A história podia ter ficado por ai, mas María Teresa Sáenz-Messía, aproveitou uma mudança na lei para retomar os seus argumentos. Em 30 de Outubro de 2006 foi aprovada a Lei da Igualdade na Sucessão de Títulos Nobiliárquicos, que, no artigo 1, determina a igualdade de homens e mulheres a suceder "nas grandezas de Espanha e títulos nobiliárquicos". Foi essa lei que devolveu a María Teresa Sáenz-Messía o direito de usar o título de condessa de Humanes.

María Teresa tornou-se num símbolo para as mulheres da aristocracia espanhola que lutam pelo direito a usar os títulos a que têm direito por linhagem. São vários os casos de mulheres da nobreza espanhola que viram ser- -lhes negado o direito a suceder nos títulos que legitimamente lhes pertenciam, algumas foram mesmo deserdadas só por manifestarem o seu desejo de usar esses títulos e muitas recorreram a tribunais internacionais para tentar resolver as contendas. Entre os mais polémicos estão os exemplos de Mercedes de Mora y Narvéz, sobrinha da rainha Fabíola da Bélgica, filha do marquês de Casa Riera e conde de Mora, que foi deserdada, aparentemente, apenas por ter exprimido o seu desejo de poder herdar os títulos do pai, ou Isabel Hoyos y Martínez de Irujo, marquesa de Isasi, considerada "a mais lutadora das aristocratas", que terá ouvido dos irmãos: "és mulher, não tens direito a nada". Isabel Hoyos luta pelos seus direitos reclamando um título que, tendo-lhe sido inicialmente reconhecido, acabou por lhe ser retirado quando uma mudança na lei espanhola repôs a tradição de serem os homens a herdar os títulos, alegando que os títulos nobiliárquicos são meramente simbólicos e que "o princípio da masculinidade não representa nenhuma desigualdade perante a lei, antes é um sinal de respeito das tradições históricas do país". Sem conseguir resposta favorável nos tribunais espanhóis, Isabel Hoyos, chegou a recorrer para o Tribunal de Direitos Humanos das Nações Unidas, mas, aparentemente, a concordância entre o que alguns descrevem como "um finlandês de extrema-esquerda e um nobre britânico ultra conservador" fez com que o seu apelo não fosse considerado. O caso está actualmente em Tribunal Constitucional e espera uma decisão favorável, sobretudo agora que o foi aberto o precedente com o caso de María Teresa Sáenz-Messía.

A estilista Ágatha Ruíz de La Prada também será afectada pela recente decisão do Supremo Tribunal Espanhol e passará a ser marquesa de Casteldosrius e baronesa de Santa Pau.

DN, 5-7-2008
 
'Grávido' vende foto da bebé por 190 mil euros

HUGO COELHO

A filha de Thomas Batie já apareceu na revista dos famosos
Thomas Beatie, mais conhecido como o primeiro homem 'grávido' no mundo, vendeu uma fotografia da sua bebé a uma revista americana por uns alegados 190 mil euros (cerca de 300 mil dólares).

O mais famoso transsexual do mundo apareceu na capa da revista People a abraçar a sua filha de quatro semanas enquanto aquela dormia. "Ela é tão querida, eu não consigo deixar de olhar para ela," Beatie disse à revista.

Beatie confessou que o seu parto durou cerca de 40 horas. "Quando a Susan finalmente saiu de dentro de mim foi como se o tempo parasse. Eu estava admirado." Susan Juliette nasceu a 29 de Junho no estado norte-americano do Oregon com 4,25 quilos. No dia seguinte fez as capas do jornais por todo o mundo.

O pai, que nasceu mulher e há dez anos iniciou o processo de mudança de sexo, mandou remover os seios, mas manteve os órgãos reprodutores femininos.

O transsexual usou o esperma de um dador anónimo para fecundar o seu óvulo. Quando deu à luz à criança Beatie disse que a única diferença entre ele e as outras mulheres "era não poder amamentar a filha". Na verdade, é a sua mulher que está a amamentar a bebé. Nancy tomou hormonas e usou uma bomba mamária para estimular a produção de leite. Os pais de Susan já haviam vendido fotografias da fase final da gravidez de Beatie a um tablóide britânico. Em Abril, o o casal apareceu no famoso talk show de Oprah Winfrey onde mostraram imagens do feto captadas com ultra-sons.

Tudo isso fez de Beatie o mais famoso grávido do mundo. Mas não foi o primeiro. Em 1999, um transsexual americano deu à luz um rapaz. Também no Reino Unido, um empresário, que se apaixonou por um homem, teve um bebé aos 20 anos.

DN, 26-7-2008
 
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