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47 SÍTIOS DISPUTAM SELO DA UNESCO

CÉU NEVES

UNESCO anuncia dia 10 os novos classificados. Portugal não tem candidaturas em apreciação.
Alemanha tem mais um ano para conseguir que a ponte de Dresden não seja excluída

Organização quer promover diversidade cultural e geográfica

Quarenta e sete sítios, 13 naturais e 34 culturais, esperam obter este ano a chancela de património mundial da UNESCO, cujo Comité do Património Mundial está reunido no Quebeque, Canadá. A decisão será anunciada na quinta-feira, sendo que um dos objectivos da eleição é contribuir para que os bens classificados sejam mantidos em bom estado de conservação. Ainda não é este ano que Portugal terá mais um sítio classificado. E a Alemanha também já sabe que terá mais uma oportunidade para não ver excluída a ponte de Dresden.

A nova estratégia para a classificação de bens patrimoniais estabeleceu que cada país apenas possa apresentar uma candidatura em cada categoria (natural e cultural), mas a verdade é que a França concorre com duas paisagens naturais: os Caminhos da Fábrica Nacional de Cimentos e os Lagos da Nova Caledónia e ecossistemas associados. São os únicos repetentes numa lista que inclui uma paisagem do país anfitrião, as Falésias Fossilizadas de Joggins, o Arquipélago de Socotra, no Iémen; o Parque Nacional de Pirin, Bulgária; a Reserva de Biosfera das Borboletas Monarcas, no México, e a ilha de Surtsey, na Islândia.

A lista de candidatos a Património Cultural é bem mais extensa, sendo que a Albânia, a Índia e Israel têm mais de que um monumento em apreciação. As obras do arquitecto Vauban, França; a Praça de São Francisco em São Cristóvão, no Brasil, e a Arte Rupestre Paleólitica de Altamira, Espanha; o Muro de Antonin, extensão da fronteira do Império Romano, Reino Unido; e os centro históricos de Berat Gjirokastra, Albânia, são alguns dos bens em eleição.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) já classificou 815 bens desde a convenção para a protecção do património cultural e natural, aprovada em 1972. Francesco Bandarin, director do Comité, não considera que a lista seja demasiado extensa. "A UNESCO tem uma função de controlar e ajudar a preservar o património mundial, o que pode não ser necessário em países europeus, mas representa um grande apoio e incentivo à recuperação do património nos países pobres", justificou, num encontro recente com jornalistas portugueses na sede da organização, em Paris. Não ignora, no entanto, que a classificação implique um aumento de turismo nos locais eleitos, chamando a atenção dos governos para o dever de controlar esses fluxos e de preservar o património local. O facto foi também salientado por Koichiro Matsuura, director-geral da UNESCO, na abertura oficial da 32º sessão, quarta--feira, acrescentando que o objectivo é promover a diversidade cultural e geográfica.

A escolha do Quebeque para esta reunião tem a ver com o facto de estarem a celebrar o 400º aniversário da sua criação. "O Canadá tem orgulho em contar com 14 inscritos na lista do Património Mundial. São apenas uma pequena mostra do que o Canadá pode oferecer. É evidente que somos um belo país, com notáveis tesouros naturais e culturais", aproveitou para salientar o ministro do Ambiente do Canadá, John Baird.

DN, 7-7-2008