26 agosto, 2008

 

Das praias


seus benefícios e cuidados




http://www.infopraias.com/

http://www.360portugal.com/Praias/index.html

http://www.abae.pt/programa/BA/zonas_balneares/galardoadas.php

http://www.praiasdoporto.pt/2008/main.aspx
http://praias.logicamente.net/
http://portocovo.planetaclix.pt/Praias/praias_P.html

http://pt.rentalia.com/beaches/


Decreto Regulamentar n.º 16/2008, D.R. n.º 164, Série I de 2008-08-26
Ministério da Defesa Nacional
Regula o acesso e condições de licenciamento da actividade de assistência aos banhistas nas praias marítimas, fluviais e lacustres e define os materiais e equipamentos necessários ao respectivo exercício

Portaria n.º 1040/2008, D.R. n.º 178, Série I de 2008-09-15
Ministério da Defesa Nacional
Aprova o Regulamento de Uniformes de Nadador-Salvador

Portaria n.º 1045/2008, D.R. n.º 179, Série I de 2008-09-16
Ministério da Defesa Nacional
Aprova o cartão de identificação para o pessoal certificado pelo Instituto de Socorros a Náufragos, para o exercício da actividade de nadador-salvador

Portaria n.º 1531/2008. D.R. n.º 250, Série I de 2008-12-29
Ministério da Defesa Nacional
Aprova o Regulamento de Formação do Curso de Nadador-Salvador, bem como a sua estrutura curricular e carga horária

Comments:
ESTRANHAS COMPENSAÇÕES

Alberto Gonçalves
sociólogo
albertog@netcabo.pt

Vejo cinco minutos de noticiário em volta de uma praia que perdeu a preciosa "bandeira azul". A praia está repleta de banhistas e de pelo menos um repórter. O repórter faz as perguntas inerentes ao grande jornalismo de investigação: "Que tal lhe parece a água?" e "Arrisca um banho?". Invariavelmente, as respostas são: "Parece-me boa" e "Arrisco, sim senhor". Eu arrisco dizer que era escusado ter mandado analisar, em laboratório e a expensas públicas, a amostra da dita água. No fim de contas, o esforçado técnico que, após confiar na ciência e ignorar as pressões dos autarcas, considerou a água um lixo foi, num pedacinho de "telejornal", humilhado pela opinião dos populares. Uma espreitadela destes chegou e sobrou para estabelecer a pureza daquele mar. Chega sempre, sobra sempre.

É agradável que, numa sociedade cada vez mais subjugada às opiniões de peritos e à doentia preservação da saúde, ainda restem espaços de resistência. É desagradável serem poucos e, até certo ponto, absurdos. Quer dizer, as pessoas aceitam cegamente retorcidas normas ou advertências sobre as dietas alimentares, as virtudes da reciclagem, as tragédias do sexo leviano, os perigos do álcool, os malefícios do fumo passivo e tudo aquilo que carece de prova evidente ou que, sendo prejudicial, apenas revelará os seus efeitos a décadas de distância.

As pessoas só não aceitam ordens sobre o que as pode matar, ou no mínimo moer, de imediato. De repente, lembro-me de duas violações sistemáticas: as regras de trânsito e, claro, as interdições balneares. Em ambos os casos, a obsessão com o bem-estar é suspensa para dar lugar a uma vertigem suicida ou tola. Mal vêem uma concentração de asfalto ou de água, os portugueses precipitam-se ao seu encontro e não há quem os detenha. E é pior pendurar cartazes que alertem, respectivamente, para o número de vítimas rodoviárias ou para a quantidade de coliformes fecais: cada cidadão sente um desejo irreprimível de engrossar as primeiras e abraçar os segundos.

Porquê? Não sei, mas suspeito que as pressões sofridas a pretexto de uma vida tão saudável quanto longa e aborrecida têm de ser aliviadas algures. Não se respira devidamente sem uma dose de risco, quer o de nos enfiarmos contra um poste a 160 km/h quer, para os tímidos, o de nos banharmos no meio do esterco. Trata de um processo inconsciente? Óbvio que sim: afinal, é preciso imensa inconsciência para ambos os feitos.

DN, 3-8-2008
 
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