19 agosto, 2008

 

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Descida do valor das casas nos bancos está a acelerar

PEDRO FERREIRA ESTEVES

É mais um indicador da atitude dos bancos na concessão de créditos - em plena crise financeira - que um barómetro concreto do valor das casas: no 2.º trimestre, os preços do metro quadrado continuaram a cair e de forma mais vincada. Os grandes apartamentos escapam às quedas

Preços caem 2,8% entre trimestres, mais que queda anterior de 0,9%

O valor das avaliações das casas pelos bancos caiu no segundo trimestre. E caiu mais do que no primeiro trimestre, um sinal de que os bancos estão a enfrentar mais dificuldades na sequência da crise financeira, que os obriga a aumentar a protecção na concessão de créditos à habitação. Os apartamentos de maior dimensão e as moradias em Lisboa são as excepções na tendência geral descendente.

O preço médio por metro quadrado fixado por avaliação bancária desceu, em Portugal continental, 2,8% no segundo trimestre. Em comparação com os mesmos três meses do ano passado, essa queda foi de 4,6%. Números, publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que representam uma aceleração das quedas face aos valores do primeiro trimestre: -0,9% trimestralmente e -1,5% em termos homólogos.

Segundo explicou ao uma fonte do sector bancário, que pediu para não ser identificada, "os bancos estão a proteger-se, perante a subida do crédito malparado. Antes, emprestava-se dinheiro para comprar a casa e ainda sobrava alguma coisa para equipamentos ou obras. Agora, o valor emprestado está abaixo do valor do imóvel".

Os bancos estão a enfrentar uma grave crise financeira que restringiu o acesso às fontes tradicionais de financiamento (mercado interbancário). Uma situação que se traduziu no aperto da concessão de crédito (penalizando clientes com maiores riscos de incumprimento) e na descida das avaliações dos imóveis. "O mercado imobiliário em Portugal não está a atravessar uma crise como em Espanha ou EUA. Os preços estagnaram mas não afundaram. Por isso, as quedas têm mais a ver com as estratégias dos bancos do que com o tradicional equilíbrio entre oferta e procura", completou a mesma fonte.

Lisboa e Porto com quedas de 3%

Por regiões, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto sofreram quedas no valor da avaliação bancária na ordem dos 3%, em termos trimestrais, e de 5,9% e 4,5%, respectivamente, nas comparações homólogas. O Alentejo está a sofrer as quedas mais acentuadas (-6,3% no trimestre e -9,5% homólogos), acompanhado de perto pelos imóveis localizados no Centro.

A distinção entre apartamentos e moradias permite fazer uma leitura mais fina da evolução dos diferentes mercados. As moradias na região de Lisboa são as menos penalizadas pela avaliação bancária.

Já quanto às tipologias, os apartamentos de maior dimensão registaram mesmo uma subida dos preços a nível nacional, tal como as moradias mais pequenas. Registe-se que as casas mais caras, para os bancos, a nível nacional continuam a ser as de Lisboa (1338 euros por metro quadrado) e Algarve (1485 euros).

DN, 29-7-2008
 
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