16 novembro, 2008

 

ELA


Esclerose lateral amiotrófica




http://pt.wikipedia.org/wiki/Esclerose_lateral_amiotr%C3%B3fica

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Esclerose está a abalar o mundo do futebol

Estudo mostra que taxa de incidência da doença, rara e incurável, entre os futebolistas italianos é seis vezes superior à média e que ela se revela 20 anos mais cedo

2008-10-17

ADRIANO ROCHA

A coragem de Stefano Borgonovo reacendeu o debate em Itália sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica e as razões que fazem com que a incidência e a precocidade da doença estejam muito acima da média entre os futebolistas.

O mediatismo à volta do caso de Borgonovo, 44 anos, que, há dois meses, numa corajosa entrevista à Sky TV, revelou sofrer da doença desde 2005 - está paralisado, respira com ajuda de uma máquina e comunica através de um sintetizador de voz - e um recente estudo apresentado pelo professor Adriano Chio, responsável pelo Departamento de Neurociência da Universidade de Turim, lançaram o alarme entre os ricos e famosos craques italianos e do futebol mundial.

A situação não é para menos. É que os dados recolhidos pelo académico, que analisou 7325 futebolistas que evoluíram nas séries A e B entre 1970 e 2006, revelam que a média da doença entre os jogadores é seis vezes superior à da população em geral. Estima-se que 39 jogadores tenham falecido devido à doença desde 1973. Outro dado preocupante do estudo é a precocidade com que a ELA se revela entre os futebolistas: a média baixa de 65 para 43 anos!

Borgonovo deu a cara com o objectivo de lançar uma campanha de recolha de fundos para apoiar a investigação à doença, que em Portugal já foi detectada num futebolista: José António (ver reportagem), antigo jogador do Leixões e do Desportivo das Aves.

Massimo Mauro e Gianluca Vialli, ex-craques da Juventus, juntaram-se à causa de Borgonovo para chamar a atenção para a estreita relação entre a ELA e o futebol. Fiorentina e Milan, clubes que o avançado representou, disponibilizaram-se para contribuir e um jogo entre velhas glórias e actuais craques dos dois clubes levou 30 mil adeptos ao Estádio Artemio Franchi, em Florença. Mais de 200 mil euros foram recolhidos para ajudar à criação da Fundação Stefano Borgonovo, que, além de patrocinar a investigação, pretende ainda prestar ajuda às 25 mil vítimas da doença em Itália e às suas famílias.

Outras ideias já surgiram no mundo do futebol. Riccardo Monteolivo, jogador da Fiorentina, e Sebastian Giovinco, nova coqueluche da Juventus, sugeriram que os profissionais de futebol doassem 1% dos rendimentos para apoiar projectos de investigação sobre a ELA. A Federação Italiana de Futebol (FIGC) anunciou, também, a intenção de criar um grupo médico para estudar o problema.

Mas quais são as razões que levam a que a incidência da doença seja maior entre os futebolistas e não afecte outros desportistas, como ciclistas e basquetebolistas, que foram submetidos a estudos idênticos, por parte da procurador de Turim Raffelle Guariniello, que desde 1998 dedica especial atenção à ELA.

Borgonovo associa a doença a uma eventual deficiência genética e não ao futebol - "Se pudesse voltar atrás, calçaria de novo as botas e voltaria a marcar um golo à Juventus no minuto 90", disse à Gazzetta dello Sport. Mas o certo é que parece haver uma relação entre a prática do futebol e a predisposição para vir a sofrer da doença.

São muitas as hipóteses em estudo. Factores genéticos, doping, pancadas nas pernas e na cabeça, esforço excessivo, stresse muscular, pesticidas usados no tratamento da relva e o uso abusivo de anti-inflamatórios, para encurtar prazos de recuperação de lesões, são algumas das possíveis causas em análise.

JN
 
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